Parque junto ao estuário do Espírito Santo em LM - evolução desde os anos 60 (4/4)

A FOTO 1 é de José Alexandre Russell e reproduzida do seu Facebook com a devida vénia. 
Com ela recordamos o parque e o seu lago mais a sul que à esquerda tinha a avenida Freire de Andrade, actual 10 de Novembro face ao estuário do Espírito Santo em Lourenço Marques, actual de Maputo. Para a frente este lago, como surge nesta foto, tinha a Rua Pero da Covilhã, actual Muanga. Mais para a frente estaria o edifício da Fazenda, actual do Primeiro Ministro que fica na esquina a noroeste do entroncamento entre essas duas vias, mas não se via com o ângulo de visão da FOTO 1.
Relembramos que nessa zona o lago era atravessado por uma ponte de tabuleiro angular sem colunas de suporte que revemos também aqui mas que pode ter tido variações de pormenor ao longo do tempo.


FOTO 1
Vista sobre a ponte, lago e parque junto ao estuário e para poente = oeste
Esta é a foto mais antiga da zona que publicámos nestes artigos mas penso que até ao início dos anos 80, quer dizer até 5 anos depois da independência de Moçambique, não terá havido alterações de maior na estrutura do parque. Depois da independência há um grande intervalo em que não temos fotos nem imagens de Google Earth que aparecem em 2001 mostrando que este e outro lago interior do parque estavam secos mas ainda não havia ainda novas construções. 
Começando com essa primeira imagem de Google Earth de 2001 iremos ver o mais importante que aconteceu depois. Junto marcas a esta primeira imagem mais antiga e à mais recente que aparece ao fundo, as quais servirão para o resto das imagens de GE. 

GE de 2001

Mancha azul clara: vestígios do lago frente à marginal, o da FOTO 1
Preto: ponte desse lago frente à marginal, a da FOTO 1
Mancha azul normal: lago interior dos barquinhos
Castanho escuro: ponte do lago interior dos barquinhos
Castanho claro: edifícios a leste = nascente desse lago
Branco: provávelmento o edifício do Ginásio Clube de LM
Verde claro: marginal do estuário. antiga Av. Freire de Andrade
Rosa: antiga Rua Pero da Covilhã, actual Muanga
Roxo: Casa do Minho
Carmesim: Restaurante Zambi face à 
antiga Av. Freire de Andrade (no canto inferior direito)
E segue-se em sequência no tempo e no desenvolvimento do local:

GE de 2004
Novo MNE construído no lugar do lago localizado para o exterior do parque junto à avenida (FOTO 1) e parte principal do outro ocupada com estaleiro para obras
GE de 2007
Novo MNE construído e o estaleiro que serviu 
para as suas obras levantado do leito do lago no interior do parque
Na imagem de cima consegue-se ver bem o comprimento e largura da parte maior do lago interior e a sua parte para leste da ponte onde se formava uma ilha, penso eu que para os barquinhos poderem circular.


GE de 2009
Lago no interior do parque demolido 
tal como o conjunto de edifícios para a sua direita (Ginásio, etc)
GE de 2011
Novo ministério construído no interior do parque, mais um edifício a nascente do MNE (ver no GE 2018 em baixo com um "?"). Casa do Minho sem telhado.



GE de 2013
Terreno da Casa do Minho devoluto preparando-se a construção dum novo banco
E passávamos de 2013 em cima para a imagem final do GE com o edifício do banco concluido pois foi construído de 2013 a 2014.


GE de 2018
Do passado da zona, restam ainda os edifícios da Fazenda, actual PM 
e o do Zambi, mais a parte a norte do parque inicial
Como se viu o que era uma zona de lazer e desportiva parece ser agora de construção aparentemente sem restrição. No entanto a dos dois ministérios segue o plano dos anos 40 e 50 do século XX (20) mas que foi abandonado depois que era de se instalar o aqui o Centro Cívico concentrando os edifícios do Governo. O edifício da Fazenda (Palácio das Repartições), actual do Primeiro Ministro colocado muito marginalmente acabou por ser a sua única realização e indica o que estilo que era esperado. De facto esse plano tinha definido precisamente como seriam as fachadas, volumes, utilização e organização dos espaços. Se agora existe um plano pelo menos não é muito fácilmente perceptível. De acordo com o antigo, para o centro da face da zona virada para o estuário ficaria uma grande praça e um edifício monumental do governo por trás. 
Neste caso vemos que o terreno da antiga Casa do Minho que ocuparia parte dessa posição fulcral da zona acabou por ser usado para a construção dum edifício aparentemente privado (um banco comercial estrangeiro) enquanto que o ministério mais recente foi colocado no interior do quarteirão (e se o regime é nominalmente de terra pertencente ao Estado, isto torna-se um tanto difícil de entender).

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