Continuamos com as fotos reproduzidas do site da Universidade de Wisconsin Milwaukee (UW-M) e que fazem parte do arquivo da American Geographical Society Library. O seu autor é Harrison Forman e serão dos primeiros meses de 1961.
FOTO 1
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| Pensão Polana com o número da porta 74 (foto retocada) |
Esta foto parece-me das mais belas de edifícios modernistas com terraço plano (e com balaústre em tubo de ferro) de Lourenço Marques (LM), actual Maputo para o que contribui a qualidade do fotógrafo, do seu equipamento e o edifício.
Este deve ter sido construído nos anos 40 ou início dos 50 e não me lembrava dele ao vivo ou noutra fotografia pelo que presumi que tivesse sido demolido ainda nos anos 60. Pelo nome da pensão, pelo aspecto e largura da estrada à sua frente e pela posição do sol estimei que ficasse no lado leste da Av. António Enes, actual Nyerere no bairro da Polana, tendo também em conta que durante os anos 60 surgiram por aí torres o que explicaria o seu desaparecimento. Pesquisando a partir dessa ideia consegui confirmá-la com certa segurança e tal pôde ser comprovado separadamente pelo que António de Noronha escreveu no FB Cidade de Maputo (ver seu texto completo em baixo).
Exponho de qualquer forma a minha "pesquisa" pois leva-nos a conhecer melhor a zona antes e agora. Na FOTO 1, para além da Pensão há outro elemento que acaba por ser crucial pois manteve-se no local após ela ter sido demolida. Trata-se do edifício que surge à direita e por trás da Pensão e de que se vê o topo e que tinha linhas direitas e parecia novo. Ora numa foto aérea da zona onde à priori estimei que a Pensão estivesse surge o que devia ser a sua traseira mais esse edifício próximo e mais moderno do que ela e tudo isso está na montagem seguinte:
Este deve ter sido construído nos anos 40 ou início dos 50 e não me lembrava dele ao vivo ou noutra fotografia pelo que presumi que tivesse sido demolido ainda nos anos 60. Pelo nome da pensão, pelo aspecto e largura da estrada à sua frente e pela posição do sol estimei que ficasse no lado leste da Av. António Enes, actual Nyerere no bairro da Polana, tendo também em conta que durante os anos 60 surgiram por aí torres o que explicaria o seu desaparecimento. Pesquisando a partir dessa ideia consegui confirmá-la com certa segurança e tal pôde ser comprovado separadamente pelo que António de Noronha escreveu no FB Cidade de Maputo (ver seu texto completo em baixo).
Exponho de qualquer forma a minha "pesquisa" pois leva-nos a conhecer melhor a zona antes e agora. Na FOTO 1, para além da Pensão há outro elemento que acaba por ser crucial pois manteve-se no local após ela ter sido demolida. Trata-se do edifício que surge à direita e por trás da Pensão e de que se vê o topo e que tinha linhas direitas e parecia novo. Ora numa foto aérea da zona onde à priori estimei que a Pensão estivesse surge o que devia ser a sua traseira mais esse edifício próximo e mais moderno do que ela e tudo isso está na montagem seguinte:
MONTAGEM 1
FOTO 2
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Amarelo: seria a esquina a noroeste do edifício da Pensão Polana
Vermelho: telhado do edifício de linhas direitas com placa espessa e clara
e grandes janelas por baixo que se vê por trás na FOTO 1
Castanho claro: seria a continuação para o alto do corpo central da Pensão,
embora não seja visível até ao topo na FOTO 1
Verde escuro: vegetação entre a Pensão e o edifício de linhas direitas
como a que se vê na FOTO 1
Roxo: pequeno prédio para norte na Av. António Enes, actual Nyerere
Verde claro: Av. Pinheiro Chagas, actual Mondlane
Laranja: Av. António Enes, actual Nyerere
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A agregação dos primeiros quatro elementos da legenda de cima confirma que temos na MONTAGEM 1 a Pensâo vista pelas traseiras. O resto dos elementos permitem a sua localização precisa e que veremos está de acordo com o que António Noronha recorda.
Podemos ver noutra foto aérea que penso será ainda dos anos 60 o que aconteceu depois da FOTO 1 e da foto aérea da MONTAGEM 1 terem sido tiradas.
FOTO 2
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Amarelo: terreno vago que resultaria da demolição da Pensão Polana,
demolição de que eu tinha suspeitado e que António Noronha confirmou
Vermelho: telhado do edifício de linhas direitas virado para o Miradouro
Azul: prédio médio com cobertura em forma de asa
Preto: prédio alto construído imediatamente a norte do terreno da Pensão
Roxo: pequeno prédio mais para norte que já existia na MONTAGEM 1
Verde claro: Av. Pinheiro Chagas, actual Mondlane
Laranja: Av. António Enes, actual Nyerere
Rosa: Rua Duques de Connaught, actual Engels
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Vamos agora ver a partir da Av. Mondlane, antiga Av. Pinheiro Chagas as fachadas principais do que existe na actual Av. Nyerere, antiga Av. António Enes junto ao local em que esteve a Pensão Polana e que ao tempo da FOTO 2 estava devoluto.
Primeiro vista mais abrangente desse local:
Primeiro vista mais abrangente desse local:
FOTO 3
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| Ao fundo prédios altos na Av. Nyerere (laranja na MONTAGEM 1) do lado norte = esquerdo da Av. Mondlane |
Aproximando-nos desse conjunto na antiga Av. António Enes, podemos reconhecer os prédios das marcas azul e preta que se viam na FOTO 2 pelas traseiras e encontrar assim precisamente onde tinha estado a Pensão Polana::
FOTO 4
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Azul: prédio médio na FOTO 2 com cobertura em forma de asa
Preto: prédio alto na FOTO 2 construído imediatamente
a norte do terreno da Pensão Amarelo: prédio construído onde na FOTO 2 estava livre o terreno onde a Pensão Polana tinha estado |
Conclui-se assim que a Pensão Polana ocupou o local do prédio agora pintado a rosa e creme e que alberga a Embaixada de Portugal, precisamente o que António de Noronha indica no seu comentário no FB.
Noto que a Av. Pinheiro Chagas não tinha continuação imediata para leste = lado do Miradouro e na FOTO 2 vê-se só lado esquerdo = sul a Rua de Santa Maria que era a mais próxima que fazia essa ligação.
Presumo que o edifício marcado a vermelho na MONTAGEM 1 e FOTO 2 em cima e que ajudou a localizar a Pensão tivesse sido projectado por Pancho Guedes. Razões são o estilo geométrico (como o Barclays da Baixa seria influenciado por Frank Lloyd Wright) que para a época seria inovador em Lourenço Marques e a localização. Há vários projectos do arquitecto nessa zona super-previlegiada da Duques de Connaught, actual Engels frente ao Miradouro como se poderá ver no MAPA PARA AS VISITAS (seria aí o ponto mais à direita) e que constam de listas dos seus trabalhos. Todavia só consegui identificar dois deles e não se inclui aí esse edifício, de que também desconheço o estado actual.
Presumo que o edifício marcado a vermelho na MONTAGEM 1 e FOTO 2 em cima e que ajudou a localizar a Pensão tivesse sido projectado por Pancho Guedes. Razões são o estilo geométrico (como o Barclays da Baixa seria influenciado por Frank Lloyd Wright) que para a época seria inovador em Lourenço Marques e a localização. Há vários projectos do arquitecto nessa zona super-previlegiada da Duques de Connaught, actual Engels frente ao Miradouro como se poderá ver no MAPA PARA AS VISITAS (seria aí o ponto mais à direita) e que constam de listas dos seus trabalhos. Todavia só consegui identificar dois deles e não se inclui aí esse edifício, de que também desconheço o estado actual.
Comentário de António de Noronha no FB Cidade de Maputo respeitante à publicação anterior da FOTO 1 no blog delagoabay. Sobre o edifício da Pensão Polana tem o dado adicional de ter tido inicialmente apenas um piso, facto de que não me consigo aperceber nas fotos que aqui analisei. (A Pensão) "Foi demolida em data desconhecida (por mim) e o edifício que lá está agora, é a Embaixada portuguesa e Instituto Camões. Apreciem as linhas arquitectónicas (Deco). Originalmente tinha apenas um piso; foi acrescentado por volta de 1947 e pertenceu à família Lemos Cavaleiro. O último elemento da família foi Eduardo Lemos Cavaleiro que se deslocou para a África do Sul. Esta família era aparentada com a família Cabral, José Cabral prof.e reitor do Liceu Salazar no velho edifício da 24 de julho e com a família do cantor Tudela. Os Cavaleiros eram de Viseu e os Lemos do Porto (a Dona Mimi). Era uma pensão residencial com um serviço impecável e muito frequentada por turistas sul africanos e emigrantes portugueses na África do Sul. Eram célebres as feijoadas à moda do Porto e a dona Joaquina, mãe da dona Mimi, imperava na cozinha. Os pequenos almoços" à inglesa " eram notáveis. E a cozinha tradicional portuguesa um "must". |
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