Bill Osborne apresenta neste site uma interessante reflexão filosófica sobre o passado e o presente de Lourenço Marques (LM) / Maputo e consta daí uma foto que será de 2005 de um edifício dos Tabacos George.
FOTO 1
Fábrica de Tabacos George em Maputo em 2005 sem o seu local ter sido indicado |
Bill Osborne faz a equivalência desse edifício com o da foto de Santos Rufino de 1929 também dos Tabacos George, suponho eu presumindo que fossem os dois no mesmo local ou seja que o da FOTO 1 tivesse substituido o de 1929 que recordamos a seguir na foto de Harrison Forman de 1961 e já vista aqui.
FOTO 2
Casa Bayly em 1961 e onde em 1929 tinha sido os Tabacos George |
Na FOTO 2 vemos esse edifício para sul - sudeste com o reclame da KODAK numa esquina, para a esquerda da qual estava a fachada para a Av. da República, actual 25 de Setembro e para a direita a fachada para a Av Manuel de Arriaga, actual Marx. Esse edifício foi substituido ainda nos anos 60 pelo do Hotel Turismo que não é o da FOTO 1 e por isso Bill Osbourne incorreu em erro nesse "antes" e "agora (2005)" (e não foi o único erro nessa sua publicação na net).
Podemos localizar o edifício da FOTO 1 de 2005 confirmando-se que a sua única relação com o de 1929 da FOTO 2 foi terem sido usados pela mesma firma:
Concluímos daqui que a Fábrica dos Tabacos George da FOTO 1 foi instalada onde tinha sido a Feitoria / Armazém do Allen Wack. Bill Osborne dizia que esse edifício estava em renovação em 2005 e podemos ter ideia do resultado aqui.
Santos Rufino em 1929 publicou duas outras fotos de instalações da empresa de Tabacos George e que vemos a seguir:
Podemos localizar o edifício da FOTO 1 de 2005 confirmando-se que a sua única relação com o de 1929 da FOTO 2 foi terem sido usados pela mesma firma:
MONTAGEM
Azul escuro: Rua do Marquês de Pombal, actual de Ngungunyane, entre a
Outras cores: equivalências entre as duas fachadas
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Santos Rufino em 1929 publicou duas outras fotos de instalações da empresa de Tabacos George e que vemos a seguir:
FOTO 3
Sala de máquinas dos Tabacos George |
FOTO 4
Secção de empacotamento dos Tabacos George |
Olhando para as janelas nas FOTOS 3 e 4 não encontro equivalência com as que se viam no exterior nem do edifício da FOTO 1 pelo menos da parte da frente nem do da FOTO 2. Estas duas salas poderiam todavia estar na parte recuada do edifício da FOTO 1 onde havia armazéns mas desta simples observação não se pode ser conclusivo. Como diria o Monsieur de la Palisse elas podiam estar nos edifícios das FOTOS 1 ou 2 ou noutro qualquer da cidade e arredores. Todavia numa entrevista com o operário moçambicano C. N. Nhaca publicada no boletim do Arquivo Histórico de Moçambique n. 2 de Outubro de 1987, sobre os Tabacos George e relativamente ao final dos anos 20 do século XX (20), por isso precisamente do tempo destas duas fotos é dito o seguinte:
Na FOTO 4 da secção de empacotamento não se viam máquinas mas havia uma sala com máquinas separada na FOTO 3, por isso presumo que com mais ou menos precisão C.N. Nhaca se referia à fabrica dessas duas fotos e que por isso que ela estava nas instalações da FOTO 1, ao pé da Capitania. Presumo então que o edifício da FOTO 2 tenha sido só comercial até porque Nhaca refere a existência duma máquina a vapor na fábrica e no edifício da FOTO 1 não existia a chaminé correspondente à sua caldeira.
Quanto à história da empresa, como tinhamos referido aqui cerca de uma dezena de cidadãos gregos iniciaram no final do século XIX e princípio do século XX o cultivo de tabaco na região de Inhambane. Alguns lançaram-se depois na sua industrialização e a empresa de Tabacos George foi uma dessas iniciativas tendo sido criada por Aristides Eugenides e John Mihaletos e depois pertencido a Charalambos Kyriakakis. Não sei no entanto quando terá começado a laborar pois não constava do Anuário Comercial de 1908:
FIRMAS DE LM EM 1908
Manufactura Central (Companion): seria uma fábrica ou um distribuidor de tabaco importado? |
Não sei exactamente donde vem o nome George, mas na embalagem de cigarros seguinte do lado direito podemos ver que o nome da empresa começava por A.E. (tal como estava nas letras da fachada na FOTO 1) o que coincidia com as iniciais do referido Aristides Eugenides pelo que George seria o seu nome de familia. Mas faço notar que nos gregos desta época em LM (e muitos eram refugiados da Anatólia expulsos pelos turcos) havia a tendência de usarem nomes em grego e inglês pelo que não se sabe bem se George seria o nome oficial de nascença ou uma adaptação posterior:
FOTO 5
Cigarros GEORGE da Empresa dos Tabacos A.E. George de Lourenço Marques |
Continua no artigo seguinte.
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