Bananal de Marracuene em 1929, texto e fotos de Santos Rufino

Podemos ver duas fotos dos albuns de Santos Rufino publicados em 1929 com as legendas originais e relativas a Marracuene, também conhecida por Vila Luisa.
Primeiro uma plantação de bananeiras:
Grande bananal da administração
Vê-se a plantas com os cachos carregados de bananas. Segue-se uma foto que presumo seja da produção da quinta vista anteriormente:
Encaixotando as bananas de Marracuene para as exportar
Vê-se ao fundo o rio Incomáti a caminho da foz porque estamos na sua margem direita mais elevada e a olhar para sul - sudeste.
Agora um foto que já vimos duma povoação na margem do rio Incomãti que passa em baixo do plateau onde está a vila, embora eu não tenha a certeza se é perto dela ou não por o rio tem um grande trajecto em Moçambique: 
No rio Incomati perto de Lourenço Marques
Vê-se aí bananeiras que não sei se eram selvagens ou plantadas. Há muito a conhecer sobre esta planta na wikipedia.
Santos Rufino tem também um texto onde fala das três pequenas localidades em redor de Lourenço Marques para onde se fomentava turismo interno, sendo uma delas precisamente a de que aqui falámos:
"Há ... três paisagens que decerto modo prendem a atenção e que não podemos deixar de destacar aqui: o Umbeluzi, a Namaacha e Marracuene. São as três graças de Lourenço Marques. Todas assombrosamente belas, de diversa beleza, não falta nunca a admirá-las o turista “que quer ver”. 
A primeira, o Umbeluzi, cândidamente poética, debruçando-se sobre um rio que a atravessa, tem a tranquilidade duma paisagem europeia, um tanto calma, nostálgica e romântica — uma paisagem que esquece a Africa; 
A segunda, Namaacha, montanhosa, altiva, dura, ares limpos, estância de repouso onde um óptimo hotel acolhe as pessoas que necessitam de pulmões sãos, lembra uma serra de Portugal; e, sobre o seu clima, já lhes passou o melhor atestado a saúde de mais de cem crianças internadas no Instituto João de Deus, muito escola e melhor sanatório, obra de uma instituição particular, o maior diploma de beneficência de terras de África; 
A última, Marracuene, espelhando-se no rio Incomati, é uma paisagem forte, cores vivas, plena de espaço, sumptuosa mesmo, e não é exagero; pequena altitude, passando-lhe em baixo, serpenteando, o enorme Incomati, onde o hipopótamo assoma vagarosamente à superficie da água, lembra uma paisagem um tanto artificial onde a mão do homem levada por um traçado de bom gosto, fosse amanhando aquilo para deleite dos sentidos".

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