Canhoneira Quanza (a 1.ª) da Esquadrilha Naval do Índico em 1895

António Enes (AE), comissário-régio em Moçambique em 1895 com o livro A Guerra de África de 1898 é a grande fonte sobre os acontecimentos político - militares desse ano e a que se chama a campanha de Gaza. Como dissemos em artigo anterior, AE descrevendo a situação da "pomposamente chamada" Divisão ou Esquadrilha Naval do Indico que ele tinha passado a comandar (indirectamente) escreveu: "E andavam assim (em estado muito deficiente) todos os navios da armada, que em tão criticas circumstancias coadjuvavam o commissario régio ! A Quanza só á vela podia arrastar-se" o que para um navio que devia ser misto a vapor e à vela era caricato.
Mas nas imagens fixas não se vê esses pormenores "interiores" e temos então aqui a primeira corveta / canhoneira chamada Quanza (um rio de Angola) da armada portuguesa, primeiro em foto da revista da  Academia da Marinha de 2015:

Vejamos agora o que parece ser outra versão da foto de cima da canhoneira / corveta Quanza do arquivo da marinha:


A legenda da foto de cima é: "Lançada ao mar em 1877. Uma das numerosas canhoneiras mistas que a Armada Portuguesa possuiu, com aparelho de lugre-barca e que tantos e tão prolongados serviços coloniais prestaram". O "aparelho" refere-se ao tipo de velas, com três mastros como se pode ver aqui em piratacorsário.
Segue-se a segunda imagem do arquivo da Marinha com as velas enfunadas e o motor a carvão a funcionar:
Canhoneira "Quanza" (a 1.ª) (arquivo da marinha)

site MGP diz o seguinte sobre a (12.) "Quanza" e confirmando a sua estadia em Moçambique: "Canhoneira de madeira e de 587,4 t que foi lançada à água em Lisboa em 26 de Setembro de 1877. Era do tipo da "Douro", melhorado. Prestou serviço em Angola, Ajuda, Cabo Verde e Moçambique. Em 1897 foi mandada passar ao estado de completo desarmamento e foi vendida em 1900"
E sobre a (8.) "Douro", que também esteve em Moçambique, diz o seguinte: "Canhoneira de madeira de 587,4 t de deslocamento que foi lançada à água em Lisboa em 11 de Junho de 1873. Armou primeiro com dois rodízios de carregar pela boca. Prestou serviço em Moçambique, Angola e Ajuda. Em 1897 desarmou, foi abatida ao efectivo em 1900 e vendida em 1911". O site restos de colecção diz ainda que a Quanza tinha 44 metros de comprimento, uma máquina horizontal de baixa pressão de 100 HP que lhe permitia atingir a velocidade de 10 nós e guarnição de 100 homens.
Por fim uma imagem igual à de cima mas colorida e também do arquivo da Marinha
Canhoneira Quanza (desenho do natural por J. Dantas)

Referindo-nos de novo o mau estado destes navios, segundo Eduardo Noronha no livro "A rebelião dos indígenas" durante o cerco à cidade de 1894 estava previsto que a Quanza trouxesse reforços militares indígenas do norte para LM. Partiria das Ilhas de Moçambique do Ibo mas a máquina teve avarias que demorariam doze dias a serem reparadas e esses soldados tiveram de viajar da Ilha de Moçambique para sul em paquetes de carreira alemão e inglês.

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