Voltamos à Praça 7 de Março, actual 25 de Junho no princípio do século 20 e a falar da vida comercial da cidade de Lourenço Marques, actual Maputo, nesses tempos. As informações principais são do historiador laurentino Alexandre Lobato (AL) e do seu livro Xilunguíne. As fotos são principalmente amostras de postais à venda no site delcampe.net.
Vamo-nos focar no Robinson's sobre o qual AL disse: Na esquina com a Travessa da Fonte ficava o Robinson's, "the centre of fashion".
Principiamos com uma vista da Rua Consiglieri Pedroso (CP) para poente = oeste de entre 1904 e 1908.
FOTO 1
Robinson's à direita na esquina da Rua CP com a Travessa da Fonte |
O topo norte da Praça 7 de Março está do lado esquerdo da foto e da Rua Consiglieri Pedroso (CP) e vê-se aí os quiosques Chalet (Sideris) em primeiro plano e o Central (Nacional) em segundo plano. À direita (lado norte) da Rua CP depois do Robinson's vê-se com dois pisos e grande varanda alpendrada o segundo o Clube Inglês que podia ser visto de frente a partir da Praça nas duas primeiras imagens aqui e mais aqui e aqui.
Como se pode melhor na FOTO 2, entre o Clube Inglês e a esquina com a Travessa da Fonte parecia haver um só edifício do qual nessas duas fotos só uma parte estava ocupada com o Robinson's. Por isso suspeito que o original da FOTO 1 tenha sido adulterado prolongando-se mais do que se devia para a esquerda a faixa amarela da ponta da cobertura sobre o passeio do Robinson's. Isso porque se vê bem nas duas fotos que nesse edifício do lado encostado ao Clube Inglês não havia cobertura sobre o passeio para a esquerda na FOTO 1 digamos do poste de electricidade. Esse edifício ou um seu antecessor nessa esquina estava à esquerda da FOTO 1 do artigo sobre o arco de triunfo e à direita na segunda foto no artigo sobre a Casa Amarela, ambas de cerca de 1895.
Como se pode melhor na FOTO 2, entre o Clube Inglês e a esquina com a Travessa da Fonte parecia haver um só edifício do qual nessas duas fotos só uma parte estava ocupada com o Robinson's. Por isso suspeito que o original da FOTO 1 tenha sido adulterado prolongando-se mais do que se devia para a esquerda a faixa amarela da ponta da cobertura sobre o passeio do Robinson's. Isso porque se vê bem nas duas fotos que nesse edifício do lado encostado ao Clube Inglês não havia cobertura sobre o passeio para a esquerda na FOTO 1 digamos do poste de electricidade. Esse edifício ou um seu antecessor nessa esquina estava à esquerda da FOTO 1 do artigo sobre o arco de triunfo e à direita na segunda foto no artigo sobre a Casa Amarela, ambas de cerca de 1895.
A FOTO 2 foi tirada antes de 1913 do topo poente = oeste da Praça e a olhar para nordeste. Ao centro da Praça está o coreto, depois o quiosque Chalet (Sideris) e ao fundo à esquerda o edifício encostado ao Clube Inglês que vai até à esquina com a Travessa da Fonte. Do lado da esquina está o Robinson's com as mesmas letras de DRAPERS & OUTFITTERS no toldo. Esta foto é já conhecida mas era a cores.
FOTO 2
Letreiro do Robinson's deve ser o mesmo da FOTO 1, T.B. Robinson's e Cia |
O Robinson's estava então na esquina do prédio com a Travessa da Fonte. Com a foto seguintes já vista no artigo sobre o kiosk Chalet (Sideris) podemos compreender melhor como era esse prédio antes de ter sido lá colocada a cobertura do Robinson's:
FOTO 3
Prédio à esquerda na esquina com a Rua da Fonte com porta central maior, duas outras portas aos lados e quatro janelas distribídas simétricamente |
Noto que é a porta central amior da FOTO 3 que aparece â esquerda desse prédio na FOTO 2.
Nesses tempos por volta de 1900-1907 houve por esse local um barracão que foi a fábrica de limonadas do Forsythe e que como tinha morada na Travessa da Fonte me parece ter sido a construção imediatamente por trás = para norte do Robinson's e que nâo se voa nestas fotos.
Nesses tempos por volta de 1900-1907 houve por esse local um barracão que foi a fábrica de limonadas do Forsythe e que como tinha morada na Travessa da Fonte me parece ter sido a construção imediatamente por trás = para norte do Robinson's e que nâo se voa nestas fotos.
Agora outra foto já conhecida:
FOTO 4
Vista da Rua Lapa para nascente = leste a partir do topo nordeste da Praça 7 de Março na continuação da Rua Consiglieri Pedroso |
À esquerda no poste está uma tabuleta a indicar onde fica o Robinson's "High Class Outfitters". Aí era o início da Travessa da Fonte por isso para chegar à loja era só atravessar a rua para a esquina do lado de cá (e a tabuleta parece um tanto redundante).
Agora uma vista oposta à da FOTO 2, para sudoeste na Praça 7 de Março:
FOTO 5
Da esquerda para a direita: Coreto e Kiosk ABC na parte central da Praça e à direita a Casa Bayly na rua que limita a Praça (antiga da Alfândega) |
Pode-se confirmar a Casa Bayly pela cobertura sobre o passeio e a caleira que eram tal qual se via nestas fotos de cerca de 1929. O dono da Bayly fundara em 1905 o jornal LM Guardian que depois se tornou o jornal Diário.
Jóias: HHS de Silva & Bros (um mestiço português de Ceilão/Sri Lanka), Au Paradis des Dames (de Rubin Farache um judeu do levante), o Paris n'Africa (Benoliel), e o Nichols (então seria de camisas e jóias);
Relojoaria: O Francês Collot e só muito mais tarde o Lopes & Ramos;
Livrarias: a Minerva Central desde 1907 (o único português), o Spanos, o Cockburn e o Begg vendiam jornais sul-africanos e só mais tarde apareceu Manuel Rodrigues (antes de começar com a exibição de filmes) a vender jornais de Portugal;
Farmácias: Internacional de 1886, Veiga, Barbosa de 1907 (aparecem aqui a três);
Artigos desportivos: Casa Sport e Bayly (vista na FOTO 4);
Sapataria: Moderna
Decorador: Deuter
Perfumaria: Fernandes
Fotógrafo: Hocking na Travessa da Fonte, nas casas térreas que foram demolidas cerca de 1940 em frente ao Continental.
AL também se refere aos transportes da altura: riquexós, trens, garis, galeras a cavalo, carros de bois, eléctricos. Quanto aos automóveis dá umas descrições pitorescas: o automóvel do Dr Simões, os mastodônticos Napier e Fiat do Almoxarifado que eram camiões de roda maciça que tinham feito a campanha do Niassa (HoM: na primeira guerra mundial de 1914-18), o colossal Mercedes do Dr Saldanha com lanternas amarelas e as mudanças por fora.
Sobre outras lojas e comerciantes na Baixa em tempos antigos que se concentravam entre a Rua CP e esta Praça, disse AL:
Na Praça ficava a camisaria Nichols sucessora de Charles Wolff especializada em modas masculinas. Ficava também o Eduardo Silva que era uma loja de modas de que se vê as letras à direita da segunda foto na direcção do coreto para lá da Praça.
Organisando o resto da informação de AL por ramos das lojas:Jóias: HHS de Silva & Bros (um mestiço português de Ceilão/Sri Lanka), Au Paradis des Dames (de Rubin Farache um judeu do levante), o Paris n'Africa (Benoliel), e o Nichols (então seria de camisas e jóias);
Relojoaria: O Francês Collot e só muito mais tarde o Lopes & Ramos;
Livrarias: a Minerva Central desde 1907 (o único português), o Spanos, o Cockburn e o Begg vendiam jornais sul-africanos e só mais tarde apareceu Manuel Rodrigues (antes de começar com a exibição de filmes) a vender jornais de Portugal;
Farmácias: Internacional de 1886, Veiga, Barbosa de 1907 (aparecem aqui a três);
Artigos desportivos: Casa Sport e Bayly (vista na FOTO 4);
Sapataria: Moderna
Decorador: Deuter
Perfumaria: Fernandes
Fotógrafo: Hocking na Travessa da Fonte, nas casas térreas que foram demolidas cerca de 1940 em frente ao Continental.
AL também se refere aos transportes da altura: riquexós, trens, garis, galeras a cavalo, carros de bois, eléctricos. Quanto aos automóveis dá umas descrições pitorescas: o automóvel do Dr Simões, os mastodônticos Napier e Fiat do Almoxarifado que eram camiões de roda maciça que tinham feito a campanha do Niassa (HoM: na primeira guerra mundial de 1914-18), o colossal Mercedes do Dr Saldanha com lanternas amarelas e as mudanças por fora.
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