Reescrevemos profundamente aqui artigo anterior sobre a evolução da estrada entre a Baixa da cidade de Lourenço Marques (LM), actual Maputo e a Praia da Polana.
A FOTO 1 mostra como era antes de 1929 a estrada que tinha sido aberta cerca de 1897 para permitir o acesso da Baixa às obras do porto e que no mapa de 1909 era chamada "estrada das antigas obras do porto".
À esquerda da MONTAGEM 1 repete-se a FOTO 1 de cima cuja legenda original era "outro aspecto da estrada marginal para a praia" sublinhando a continuidade física entre ela e a estrada marginal inaugurada em 1926. Essa aparece na MONTAGEM 1 à direita numa foto da sua primeira fase cuja legenda original era "trecho da nova estrada marginal ao lado da linha do eléctrico para a Praia da Polana". A MONTAGEM 1 mostra assim dois troços distintos da ligação da Baixa à Praia da Polana cerca de 1929.
Noto que a "estrada das antigas obras do porto" depois chamada "avenida marginal da PV" tinha sido também uma marginal mas do estuário do Espírito Santo e só até ao início das obras do aterro da Maxaquene cerca de 1915. Noto ainda que como se vê na FOTO 1, mesmo anos depois da conclusão do aterro cerca de 1920 essa primeira estrada mantinha o seu traçado inicial ao longo da barreira. A linha de combóio originalmente tinha estado junto a ela mas após a conclusão do aterro tinha passado a cruzá-lo por caminho mais directo entre a Baixa e a doca dos pescadores. Esse traçado foi depois usado para a linha de eléctrico e penso que só depois da sua extinção foi por aí aberta a Av. da República, actual 25 de Setembro, a qual motivou o progressivo abandono da "estrada das antigas obras do porto" até porque segundo me parece ela nunca chegou a ser asfaltada.
A FOTO 1 mostra como era antes de 1929 a estrada que tinha sido aberta cerca de 1897 para permitir o acesso da Baixa às obras do porto e que no mapa de 1909 era chamada "estrada das antigas obras do porto".
FOTO 1
Cerca de 1929 aspecto da "estrada das antigas obras do porto" construída no sopé da barreira da Maxaquene |
Para oeste = poente esta estrada acompanhava a concavidade da enseada e da barreira da Maxaquene pelo que ao fim da recta visível na FOTO 1 curvava à esquerda tomando a partir daí a direcção da Baixa. No sentido oposto o seu extremo a leste = nascente ficava a uns 300 a 400 metros para as costas do ponto da FOTO 1 no local onde foi depois a doca dos pescadores e mais tarde nasceu o Clube de Pesca Desportiva no litoral do estuário e antes da Ponta Vermelha (PV).
No mapa de 1925/26 a estrada da FOTO 1 tinha passado a chamar-se "avenida marginal da PV" relacionando-se com a estrada marginal para a Praia da Polana que em 1926 a veio prolongar para lá do seu extremo inicial a leste = nascente. Essa nova marginal no mapa/plano de 1925/26 chamava-se "avenida da Praia da Polana" e já falámos dela neste artigo. Na MONTAGEM 1 em baixo junto a conhecida FOTO 5 desse artigo à FOTO 1 deste, ambas de SR e publicadas em 1929 e por isso anteriores a esse ano:
No mapa de 1925/26 a estrada da FOTO 1 tinha passado a chamar-se "avenida marginal da PV" relacionando-se com a estrada marginal para a Praia da Polana que em 1926 a veio prolongar para lá do seu extremo inicial a leste = nascente. Essa nova marginal no mapa/plano de 1925/26 chamava-se "avenida da Praia da Polana" e já falámos dela neste artigo. Na MONTAGEM 1 em baixo junto a conhecida FOTO 5 desse artigo à FOTO 1 deste, ambas de SR e publicadas em 1929 e por isso anteriores a esse ano:
MONTAGEM 1
Noto que a "estrada das antigas obras do porto" depois chamada "avenida marginal da PV" tinha sido também uma marginal mas do estuário do Espírito Santo e só até ao início das obras do aterro da Maxaquene cerca de 1915. Noto ainda que como se vê na FOTO 1, mesmo anos depois da conclusão do aterro cerca de 1920 essa primeira estrada mantinha o seu traçado inicial ao longo da barreira. A linha de combóio originalmente tinha estado junto a ela mas após a conclusão do aterro tinha passado a cruzá-lo por caminho mais directo entre a Baixa e a doca dos pescadores. Esse traçado foi depois usado para a linha de eléctrico e penso que só depois da sua extinção foi por aí aberta a Av. da República, actual 25 de Setembro, a qual motivou o progressivo abandono da "estrada das antigas obras do porto" até porque segundo me parece ela nunca chegou a ser asfaltada.
Regressando ao início do século XX (20), a FOTO 2 já conhecida mostra a enseada da Maxaquene antes do início dos trabalhos do aterro e para o fundo dela a PV. Pode-se ver do centro para a esquerda da foto a secção a leste = oriente da "estrada das antigas obras do porto" começando pela recta entre a saida das obras do porto e a primeira curva na barreira que se viam na FOTO 1 e continuando daí com uma outra recta na direcção de sudoeste a caminho da Baixa.
Segue-se a FOTO 3 também já conhecida e tirada do alto da barreira vendo-se um pouco mais da "estrada das antigas obras do porto" no mesmo sentido da FOTO 1 e por isso no sentido oposto ao da FOTO 2. A FOTO 1 deve ser uns 20 anos posterior às FOTOS 2 e 3, o que explicará o denso arvoredo com eucaliptos que rodeava a estrada ao tempo da FOTO 1.
FOTO 3
Amarelo (um): recta mais à vista na FOTO 1
Amarelo (dois): "estrada das antigas obras do porto" flectindo para o lado da Baixa
Castanho claro: praia da Maxaquene antes do aterro
Vermelho: ponte na estrada que devia ser sobre o dreno do pântano
com saída para o seu lado oriental = leste - mais destaque aqui |
Como dissemos a "estrada das antigas obras do porto" a partir doca dos pescadores foi continuada pela estrada marginal marítima para a Praia da Polana feita em 1926. Veremos agora mais detalhes dessa construção que nas primeiras centenas de metros ao passar pela base da PV segue junto ao estuário básicamente para leste e que depois de contornar a PV segue para norte entre a barreira da Polana e a baía.
FOTO 4 (Google Earth)
Vermelho: limites indicativos do que seria a parte mais alta e penetrante no mar da PV Rosa (à esquerda): viaduto sobre a marginal muito próximo da antiga doca dos pescadores onde a "estrada das antigas obras do porto" inicialmente terminava Roxo: trecho da marginal com um pontão quase perpendicular ao paredão Laranjas: trecho da marginal com rochas no mar em frente, no mapa de 1904/6 aparece por aí uma "pedra sempre descoberta" Verde claro: casa isolada antiga na marginal |
O troço da marginal entre os limites a vermelho deve ter sido o mais difícil de executar nos trabalhos primeiro de 1911 para o combóio e depois de 1926 para a ligação à Polana por estrada, mas parece-me que em toda esta zona se conseguiu que a faixa de rodagem ficasse sempre com a mesma largura e com distância à barreira mais ou menos uniforme. Passada a PV a estrada marginal assume a direcção "vertical" primeiro a caminho do Clube Naval e depois da praia da Polana. Particularmente a partir da casa isolada antiga marcada na FOTO 4 vê-se que a faixa de terreno onde a estrada marginal se insere se alarga bastante pois entra-se numa zona que foi aterrada a partir da barreira da Polana.
Temos três fotos pós independência da estrada marginal onde aparecem vários dos pontos marcados na FOTO 4 na PV ou próximos. Na primeira, vindos da Baixa a caminho da praia da Polana e tendo passado pela antiga doca de pescadores (ver aqui também) estamos sobre o viaduto vendo-se daí a base da barreira da PV arborizada à esquerda e a estrada marginal com a baía ao fundo e o estuário à direita:
FOTO 5
Rosa: sombra do viaduto sobre a marginal em vista para o nascente = leste Roxo: curva da marginal onde está um pontão quase perpendicular ao paredão |
Seguem-se duas fotos mais antigas em que se viam os passeios muito degradados mas tudo parece ter sido reabilitado depois.
Na FOTO 6 de xirico e datada de 2008 estamos como na FOTO 5 a ir da Baixa para a praia da Polana mas uns 200 metros mais para a frente do local anterior. Ultrapassamos então a curva da marginal a que está ligado o mencionado pontão e aproximamo-nos da curva das rochas (marca laranja maior) da PV que é a mais pronunciada da marginal:
FOTO 6
Laranja: rochas em frente da curva da marginal na sua ponta mais a sudeste
Verde claro: casa isolada antiga na marginal na "recta" entre o Clube Navale o início da Ponta Vermelha (PV) |
Para se compreender melhor o local de cima podemos dizer que depois da curva ao fundo da FOTO 6 está ultrapassada a PV e começa a barreira da Polana na direcção sul-norte. Ao fundo da FOTO 6 já se vê a casa isolada antiga que já fica perto do Clube Naval.
Passamos por fim à FOTO 7 onde, olhando-se para sudoeste e tendo a costa da Catembe ao fundo, se vê o paredão, o passeio e a estrada marginal na base da PV e no sentido oposto ao das FOTOS 5 e 6 dado estarmos no sentido da Praia da Polana para a Baixa.
FOTO 7
Penso que entre a curva pronunciada com as rochas (laranja) e a curva onde há um pontão (roxo), a partir do qual se entra na recta que antecede o viaduto (rosa) |
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