Veremos agora imagens da actualidade da zona sul do jardim Tunduru, antigo Vasco da Gama onde como dissemos no artigo anterior esteve a margem norte do pântano que rodeava a "ilha" de Lourenço Marques, passou a vala ou canal para sua drenagem e a partir do final de 1885 foi criado esse jardim botânico. Esteve também por aí no princípio do jardim um lago longo e a estátua de Vasco da Gama.
FOTO 1
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| Vista para oeste = poente na faixa baixa a sul do jardim passando ao fundo em frente e subindo para a direita = norte a Av. Samora, antiga Aguiar e D. Luís |
Não está à vista na FOTO 1 mas do lado esquerdo passa a Av. Manganhela, antiga Álvares Cabral que uns 138 metros à frente vai formar a esquina do prédio Lusitana, a qual se vê para o fundo contra o céu do lado esquerdo da foto.
Para podermos saber onde estiveram na FOTO 1 os elementos mais interessantes do início do jardim vamos usar para além das DUAS PLANTAS do artigo anterior, essencialmente o desenho de Sousa de 1951 reproduzido com a devida vénia da tese de doutoramento de Lisandra Franco de Mendonça (LFM) "Conservação da arquitetura e do ambiente urbano modernos: a baixa de Maputo" (descarregar aqui) onde está na página 399. Sousa procurou combinar as plantas da situação inicial com as posteriores à implementação do plano do major António José Araújo ou seja com a situação actual das avenidas da zona. Para além disso o seu desenho tem escala, que mesmo que aproximada nos permitirá transferi-lo para imagem de Google Earth:
Desenho de Sousa de 1951, original da tese de LFM e com marcas/medições
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Mancha verde original: espaço inicial do jardim
Marcha verde alface: com a abertura das novas avenidas o jardim
pode expandir-se para oeste, sudoeste e para sul
Roxo e preto: avenidas actuais formando agora a esquina a sudoeste do jardim
Preto: estrada das Mahotas que foi absorvida pelo jardim
quando ele se expandiu até à Av Aguiar, actual Samora Manchas azuis: A' e B', dois presumíveis lagos separados na faixa sul do jardim
Verde: vala de esgoto ou canal de drenagem
passando a sul dos presumíveis lagos |
Sousa não assinalou de que se tratavam as duas superfícies de forma arredondada que em cima marquei a azul porque presumo fossem lagos. Isso baseando-me na foto inicial de Fowler e nas DUAS PLANTAS do artigo anterior em que havia na zona um lago longo que tinha sido escavado com forma de rim (ou de cornucópia ou de feijão) e visualmente parece-me que há relação entre ele e as superfícies A' e B' de Sousa, resultando a B' da separação do polo B (inferior) do lago longo (o que veremos melhor no artigo seguinte) .
Marcando na imagem de satélite (Google Maps) do jardim actual os presumíveis lagos A' e B' e outros elementos de interesse do jardim inicial com base no desenho de Sousa :
Marcando na imagem de satélite (Google Maps) do jardim actual os presumíveis lagos A' e B' e outros elementos de interesse do jardim inicial com base no desenho de Sousa :
MONTAGEM de Google Earth com plano de Sousa
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Verde escuro: vala de esgoto ou canal de drenagem que limitava o jardim inicial a sul
Linhas pretas (à esquerda): Estrada das Mahotas anterior ao plano Araújo
Verde alface: zonas de expansão do jardim que ligava a Baixa à alta da cidade e inicialmente limitava o jardim a oeste depois da abertura das novas avenidas do plano Araújo Superfícies A' e B': presumíveis lagos no desenho de Sousa Pontos vermelhos: pontos no limite norte da faixa com pouco declive a sul do jardim
Pontos amarelo/verde, roxo, castanho, preto e "buxo" verde:
pontos de referência das fotos actuais (FOTO 1 aqui) |
Os pontos a vermelho formarão uma linha que pode ser considerada a base da encosta para a alta da cidade. A altitude do terreno junto ao muro com a Av. Manganhela é geralmente de 15 metros e para norte temos uma faixa relvada com cerca de 55 metros de largura subindo ligeiramente até aos 16 metros de altitude. Os pontos foram marcados entre os 16 e os 17 metros e a partir daí a subida torna-se mais pronunciada pois bastam 20 metros mais para norte para se passar para os 18 metros de altitude, continuando daí a subida para norte (chega-se aos 29 metros no canto a noroeste do jardim). Note-se na imagem de GE que o surgimento da zona arborizada coincide também com a linha dos pontos vermelhos reforçando que ela é a transição entre a zona baixa e a encosta..
Voltamos então à FOTO 1 que para oeste = poente mostra ao fundo o prédio Lusitana e foi tirada dum ponto quase no limite sul do jardim que fica a cerca de 13 metros no seu muro com a Av. Manganhela. Transpus aproximadamente a MONTAGEM 1 para a FOTO 1 onde aparece parte do presumível lago A' (o que seria quase o mesmo que a parte do lago longo mostrado nas DUAS PLANTAS ligada ao seu polo superior A).
FOTO 1 com marcas
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Mancha azul: presumível onde o lago A'
ou a parte do lago longo ligada ao polo A terá sido escavada Verde escuro (à esquerda): por onde passava a vala de esgoto = canal de drenagem a sul do jardim Pontos vermelhos: base da encosta a norte da faixa sul Referências para a imagem de GE na MONTAGEM Amarelo e verde: palmeira a uns 15 metros de distância de onde foi tirada a FOTO 1
Roxo: lago redondo pequeno de borda baixa em pedra (ver aqui em detalhe)
Árvore verde claro: "buxo" grande na ponta a oeste do relvado à direita = norte
Preto: candeeiro no caminho aproximadamente paralelo e para norte deste
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Este local pode ser identificado na MONTAGEM pelo círculo amarelo e verde da palmeira. O centro do presumível lago B' (ou do polo B do lago longo) ficava muito para trás = para nascente, a uns 45 metros donde a FOTO 1 foi tirada. Dos elementos antigos vê-se ainda na FOTO 1, à esquerda, onde passava a vala. Recordamos que o terreno para a direita dela e que ocupa a maior parte da FOTO 1 pertenceu ao jardim desde o início. Para o fundo = oeste o terreno inicial do jardim era limitado pela Estrada das Mahotas que cruzaria a imagem entre o lago da marca roxa e o muro do jardim com a actual Av. Samora, mas essa zona fica muito longe para poder ser bem vista nesta foto.
Para a esquerda da vala vê-se parte do que foi adicionado ao jardim inicial (um triângulo com o ângulo mais agudo virado para o lado de cá ficando o seu vértice um pouco para as costas do observador) quando a Av. Álvares Cabral, actual Manganhela foi aberta e passou a limitar o jardim na face sul em vez da vala.
No artigo seguinte veremos mais duas fotos desta zona onde indicaremos mais da posição aproximada do presumível lago A ou do polo A do lago longo inicial, da estátua de Vasco da Gama e do caminho de entrada no jardim inicial para os seus canteiros principais que ficavam entre o lago e a encosta.
Para a esquerda da vala vê-se parte do que foi adicionado ao jardim inicial (um triângulo com o ângulo mais agudo virado para o lado de cá ficando o seu vértice um pouco para as costas do observador) quando a Av. Álvares Cabral, actual Manganhela foi aberta e passou a limitar o jardim na face sul em vez da vala.
No artigo seguinte veremos mais duas fotos desta zona onde indicaremos mais da posição aproximada do presumível lago A ou do polo A do lago longo inicial, da estátua de Vasco da Gama e do caminho de entrada no jardim inicial para os seus canteiros principais que ficavam entre o lago e a encosta.
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