Jardim botânico, actual Tunduru: lagos pequenos e novas construções a sul (34/)

Depois das fotos que vimos aqui e aqui fo jardim Tunduro, antigo Vasco da Gama onde marquei a posição inicial do seu lago inicial mais exactamente do seu polo mais a oeste ou nordeste, podemos completar a ideia desta zona observando dois lagos pequenos que existem pelo menos desde 1946. 
Primeiro o que vou chamar lago da flor, pelo formato da sua parte interna. Tem borda baixa em pedra e fica perto do muro da Av. Manganhela e temos foto dele depois da reabilitação e não sabemos como teria sido antes.

FOTO 1
Largo redondo pequeno reabilitado em 2014/2015 perto do muro a sul
prédio ao fundo na Av. Manganhela fica na traseira (para norte) dos históricos Correios com frente para a Av. 25 de Setembro. 
A FOTO 2 do site MOZLIFE (video sobre o jardim aqui) mostra o mesmo lago visto para poente = oeste.
FOTO 2
Lago da flor com o norte do prédio Lusitana e o Gil Vicente ao fundo,
do lado poente da Av. Samora, antiga D. Luís
Nesta FOTO 2 estamos a ver o lago mais de perto e do lado que na FOTO 1 tinhamos visto ao longe. A vala de esgoto ou canal de drenagem do pântano passava por aqui cruzando para o centro da foto e a estrada das Mahotas cruzava de sul (Baixa) para norte (alta da cidade) a uns 30 metros para a frente deste lago, como recordaremos nas plantas em baixo.
A FOTO 3 de MOZLIFE mostra este lago da flor visto do lado da Av. Samora e já a entrar na encosta e é uma foto para sul-sudeste com o prédio dos Correios na Av. Manganhela, antiga Álvares Cabral em frente.


FOTO 3
Roxo: lago da flor
Mancha azul: polo superior A do lago longo inicial ou do presumível lago A' de Sousa
Verde escuro: onde esteve a vala de esgoto = canal de drenagem
Preto e roxo: muro entre o jardim e a Av. Manganhela
Passamos para o que chamo o lago da fonte com foto do Jornal Domingo de Março de 2016. Como veremos nas plantas fica um pouco mais para norte e para oeste do que o lago da flor visto em cima. 

FOTO 4 
Lago da fonte escavado a oeste da faixa sul do jardim 
Outra foto deste lago:


FOTO 5
Lago da fonte recentemente ao centro de praceta
em vista para nascente ao longo da faixa sul do jardim
Em seguida o mesmo lago da fonte visto da faixa mais baixa = sul do jardim para a sua plataforma intermédia em foto recente. O caminho à direita na FOTO 5 é aquele onde estava quem tirou a FOTO 6. 

FOTO 6
ao fundo para a esquerda: Casa de Ferro junto à entrada principal do jardim
mais à esquerda: autocarros estacionados na Av. Samora em declive para a Baixa
para a direita: caminho para a zona central do jardim na sua plataforma inferior
As plantas seguintes de 1998 e dum desenho de Sousa de 1951 (da tese de Lisandra Franco de Mendonça) mostram o que foi originalmente e o que passou a ser depois e é agora esta área do jardim (falámos já da evolução deste local com base no desenho de Sousa aqui). Mostra também a posição dos dois lagos vistos em cima e a sua relação com o jardim inicial, o que vimos com mais detalhe nos mencionados artigos anteriores.
verde escuro: vala de esgoto ou canal de drenagem do pântano
verde claro, laranja e rosa: três zonas do jardim que não lhe pertenciam inicialmente
lago da flor (8A): local estava no limite a sul do terreno inicial do jardim, junto à vala
lago do repucho (8B): local fora do jardim inicial. tendo passado a fazer parte
 após a abertura da Av. Aguiar, actual Samora
Nesta imagem de google maps penso que se podem os dois lagos de cima, o da fonte  (8B) junto à Av. Samora está um tanto encoberto pelas árvores e o da flor (8A) junto à Av Manganhela está bem visível.
Para finalizar falando da actualidade e do futuro, na FOTO 3 ao fundo e à esquerda viam-se vedações para as construções que se fizeram no jardim face à Av. Manganhela. Pelo que li em parte estavam previstas para serviço do jardim e em parte para aluguer a privados para gerar receitas para o jardim. Podemos vê-las do alto na imagem de Google Earth seguinte:

FOTO 7
Vermelho: novas construções a sul do jardim
Amarelo: Av. Manganhela
Roxo: lago da flor visto nas FOTOS 1 a 3
Azul: lago maior actual
Se esta invasão do espaço do jardim era mesmo essencial para a sua sustentabilidade o local foi bem escolhido porque é marginal. O grande problema é abrir-se o precedente imaginando-se o valor que o terreno do jardim terá no mercado. 
Mesmo assim estas construções terão implicado a destruição de dezenas de metros de extensão de muro centenário do jardim e de uma entrada e perto delas estão o lago maior actual e a pérgola em T para os quais tinha side previsto haver espaço livre em redor. Por isso estas construções terão impacto negativo no jardim. 
Quando ao impacto da sua operação não sei como funciona por exemplo o acesso pelo interior do jardim mas esperemos que a razão de ser do jardim como local de repouso e de afastamento da turbulência da cidade não seja (demasiadamente) desvirtuada. 

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