Harrison Forman fotografou para a colecção da Universidade de Wisconsin Milwaukee (UW-M) em 1961 uma única vivenda modernista em Lourenço Marques para a qual não indicou a localização e que mostro a seguir:
FOTO 1
Construções modernistas típicas de Lourenço Marques, actual Maputo dos anos 40/50 |
Olhando um pouco mais para trás no tempo para estes terrenos, podemos ver na planta cadastral de 1897 do Arquivo Histórico Ultramarino e gentilmente cedida ao HoM que a Maxaquene se tratava dum arrabalde entre Lourenço Marques (onde não tinha sido incluída no plano do Major António José Araújo aprovado em 1892) e a Ponta Vermelha que tinha sido vila separada até há pouco tempo.
Planta de 1897 a que adicionei o traçado do novo bairro
Depois e para o início do século XX esta zona foi concessionada à firma Allen Wack e sei que houve problemas com essa concessão mas não sei detalhes e se houve mudança de propriedade depois. O livro Maputo Património Arquitectónico de J.S. Morais, L. Lage e J..B. Malheiro na página 68 sobre isto tem o seguinte parágrafo: A cidade, em crescente processo de urbanizaçâo, reclamava as imensas áreas compreendidas entre as avenidas Augusto Castilho (Lenine) e Duquesa de Connaught (Nyerere), resultado de concessões que tinham sido concretizadas fora do âmbito de uma lei que regesse convenientemente todo o processo. A concessão de Allen Wack, entre a Avenida Augusto de Castilho e a Rua do Telégrafo (Tomás Nduda), teria sido fácimente resolvida. Confirma-se daqui que zona loteada em 1944 fez parte da concessão de Allen Wack que seria até bastante maior indo até ao limite a oeste da da Eastern and S. Africa Telegraph (Rua do Telégrafo, actual Av. Nduda) que se vê à direita na planta de 1897. Todavia fica-se sem saber o que aconteceu concretamente e porque só em 1944 esta parte foi comercializada.
Vimos no artigo 2 como estava a zona no mapa de 1903 (ocupada por uma abegoaria) e iremos agora acompanhar o que mostram alguns dos mapas posteriores, caso dos de 1906/10 e de 1925/26. Para além destes vi os de 1914, 1916 e 1925 que não acrescentavam nada de significativo.
Vimos no artigo 2 como estava a zona no mapa de 1903 (ocupada por uma abegoaria) e iremos agora acompanhar o que mostram alguns dos mapas posteriores, caso dos de 1906/10 e de 1925/26. Para além destes vi os de 1914, 1916 e 1925 que não acrescentavam nada de significativo.
MAPAS centrados na zona da encosta da Maxaquene
Mesma legenda que em cima, para o que for relevante |
Em torno da zona houve alguma evolução na urbanização e principalmente na construção nos 15 anos decorridos entre 1910 e 1926 mas mesmo neste último ano a zona estava ainda indefinida. Nota-se principalmente que o seu prolongamento para a direita = leste tinha passado a estar planeado mas o que estava construído não se tinha alterado. Evolução foi também aparecer no mapa de 1925/26 a Rua António Enes, actual D. Almeida Ribeiro. Até ao mapa de 1941 esta zona foi apentemente ficando de reserva enquanto tudo em volta se foi urbanizando e foi essa Rua António Enes, actual D. Almeida Ribeiro que constituiu o limite a nascente = leste dos terrenos postos à venda em 1944 como recordo aqui:
TERRENOS A VENDER c. de 1944
Mesma legenda que em cima, para o que for relevante |
Presumo que fica assim explicada a uniformidade das vivendas que ainda agora se observa nessa zona. No entanto e como já disse acima fica por esclarecer porque é que este loteamento surgiu tão tarde e por exemplo quem terá sido o ou os proprietários dos terrenos até 1944.
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