Esta antiga moageira fica na Av. 25 de Setembro do lado norte da cidade entre o cruzamento com a Av. Alberto Luthuli e a Romão F. Farinha.
Foto recente - autor E.S. Manjate. Indo para o fundo saí-se da Baixa |
Vista frontal de dentro do recinto dos Caminhos de Ferro |
Foto do Livro de Ouro de M. H. Bramão, sem data |
Foto Santos Rufino de 1929 |
A foto de cima é a mais antiga que a anterior e como veremos depois a fábrica devia ter aí cerca de quatro anos de existência. Um pormenor do frontispício de cima em que estava escrito SUCESSORES de L. FATTI & Ca La:, inscrição que desapareceu depois o que será explicado pelas várias mudanças de proprietários nos primeiros anos:
O Livro de Ouro do Mundo Português de Maria Helena Bramão diz que a FÁBRICA NACIONAL DE MOAGEM E MASSAS ALIMENTÍCIAS foi fundada em 1925. Pela data e pelo nome (só faltava o NACIONAL na fachada mas também não era obrigatório pôr tudo na pedra) deve ser esta a fábrica das fotos.
Pode estar escrito um lema em latim no emblema (Canium Dorina) mas não se vê bem nem encontro tradução lógica |
Também de cerca de 1929 a vista do Recinto do Porto para norte - clique para aumentar e confirmar. Ao centro quase na horizontal da foto nota-se o eixo da Av. da República, actual 25 de Setembro:
Oval branca : fábrica moageira de L. Fatti (Nacional) Rectângulo laranja: Fábrica Vitória (depois Reunidas/Laurentina) |
Planta da ciadde de 1925/26
Mapa de 1926 |
Esta planta mostra que havia uma Fábrica de Moagens exatamente neste quarteirão.
A única dúvida é que M. H. Bramão diz que esta moageira NACIONAL teve vários proprietários mas L. FATTI não é referido como sendo um deles. Como tudo o resto coincide acho que M. H. Bramão deve-se simplesmente ter esquecido de o mencionar.
A seguir está o texto completo desse livro e acho que é saudável descontar um pouco no que respeita aos elogios às personalidades envolvidas porque nem tudo eram rosas. Noto que algumas delas "estavam em todas" as oportunidades mas no final acabava por ser o BNU, o "dono disto tudo" da altura, a tomar conta e safar mais ou menos alegremente a coisa tendo isso acontecido nesta moageira, na fábrica de cerveja de Dicca e na fábrica de cimentos segundo o que diz Santos Rufino, apesar de muitas dessas companhias beneficiarem de exclusividade concedida pelo Estado.
A seguir está o texto completo desse livro e acho que é saudável descontar um pouco no que respeita aos elogios às personalidades envolvidas porque nem tudo eram rosas. Noto que algumas delas "estavam em todas" as oportunidades mas no final acabava por ser o BNU, o "dono disto tudo" da altura, a tomar conta e safar mais ou menos alegremente a coisa tendo isso acontecido nesta moageira, na fábrica de cerveja de Dicca e na fábrica de cimentos segundo o que diz Santos Rufino, apesar de muitas dessas companhias beneficiarem de exclusividade concedida pelo Estado.
A FÁBRICA NACIONAL DE MOAGEM E MASSAS ALIMENTÍCIAS, fundada em Lourenço Marques, em 1925, é uma organização pioneira. Foram seus fundadores alguns pioneiros, cujos nomes estão desde há muito ligados a Moçambique, pelo contributo dado ao progresso da Província, e são: Paulino Santos Gil, G. B. Buccelatto e Costa e Cordeiro, sendo constituída em regime de Sociedade Anónima. Em 1927, a Fábrica foi tomada pelo Banco Nacional Ultramarino, que a alugou a uma Sociedade constituída por: Osman Abobakar, Dr. Justino de Abreu, o cidadão italiano, Giuseppe Giuste, Jorge Cadete, e ainda por um cidadão sul-africano (HoM mesmo que fosse ele o FATTI não se compreende como é que em menos de 2 anos teria passado a ser dono único e mandado escrever na fachada o nome). Com esta Sociedade, a Fábrica laborou até fins de 1929. Nessa data passou, por compra ao Banco Nacional Ultramarino, para outra Sociedade, constituída por outros pioneiros: José Teixeira Catarino, Manuel Teixeira Catarino, António Vicente Pinheiro e Manuel Ferreira dos Santos, já falecidos. As suas quotas transitaram para os respectivos herdeiros, que são os actuais proprietários e administradores da Fábrica.
Encontram-se à frente da Organização, e são seus principais Administradores, Alcino Vicente Pinheiro e Hermes Petiz. Na actualidade, a Fábrica produz Massas Alimentícias e várias qualidades de farinha de Milho para variados fins. A sua capacidade de produção anual pode atingir as seiscentas toneladas de Massas Alimentícias e nove mil toneladas de Farinha de Milho.
A Fábrica abastece Moçambique e exporta para Angola, Timor, São Tomé, Madeira e Portugal Continental. Esta Organização industrial pioneira, honra a indústria moçambicana, e muito tem contribuído para o progresso da Província. A Fábrica Nacional de Moagem e Massas Alimentícias foi galardoada em várias exposições, pela superior qualidade dos seus produtos e apresentação, possuindo as seguintes Medalhas: "Medalha de Ouro" da Exposição Internacional de Paris, em 1931; "Medalha de Ouro" p "Medalha de Prata" da Grande Exposição Industrial Portuguesa de Lisboa, em 1932; e "Grande Prémio" na Exposição Colonial Portuguesa, efectuada no Porto, em 1933.
Eis a traços largos, a história desta Organização industrial moçambicana, que a enriquece e valoriza.
Ver mais sobre esta fábrica aqui como fotos antigas e modernas.
Ver mais sobre esta fábrica aqui como fotos antigas e modernas.
Comentários