Estação de Caminhos de Ferro, actual Maputo - edifício exterior

Texto do HPIP (adaptado para se separar melhor o edifício da fachada (o exterior) do edifício da gare de passageiros (anterior e sito para o interior):
"A Estação de Caminhos de Ferro de Maputo situa-se na antiga Praça Azeredo, depois Praça Mac Mahon, atual Praça dos Trabalhadores. A sua fachada (ou seja o edifício exterior do conjunto da estação), em gosto classicizante, “francês”, de fin-de-siècle, mais tardia, seguiu o projeto do arquiteto José Cristiano de Paula Ferreira da Costa * (ver Comentário ao fundo), autor na cidade também da Esquadra de Polícia da Rua Consiglieri Pedroso, do vizinho Banco Nacional Ultramarino e do Teatro Gil Vicente todos na mesma altura.
A sua fachada (ou seja o edifício exterior do conjunto da estação) foi iniciada em 1913 e completada em 1916. Nela um volume central, com largo arco de volta perfeita, está encimado por um elevado torreão, de cobertura semiesférica (cúpula revestida a cobre, executada pela firma de Joanesburgo Evans & Plows), o qual se liga a dois corpos simétricos, de dois pisos, com arcaria térrea e galerias superiores avarandadas, de ordem clássica. A ornamentação do frontispício foi executada por Pietro Buffa Buccellato. A planta deste edifício exterior, em H, articula-se com a gare funcional dos cais ferroviários" construída anteriormente (entre 1908 e 1910) e que aparece neste artigo.
Pintura mais recente
Fachada principal da estação virada a nascente.
Renovação feita para a comemoração do centenário.
É considerada uma estações de Caminhos de Ferro mais belas do mundo.
Vista a partir do átrio para passagem sob o edifício exterior para a Praça

A foto seguinte foi tirada no átrio sob a cobertura entre a gare de passageiros que fica para oeste e o edifício exterior da estação que fica para leste. Mostra então a fachada virada para o lado das linhas do edifício exterior da estação:

Ao fundo do átrio é a passagem sob o edifício exterior para a Praça vista na foto anterior
Neste artigo pode ver-se melhor este átrio e a cobertura metálica e a face da gare que fica para as costas desta FOTO 2.
Na foto seguinte o edifício exterior da estação está ao fundo, na sua fachada virada para as linhas = poente = oeste. Esta é então uma vista para nascente a partir da plataforma a sul da gare de passageiros, já depois da sua extensão:
Em 1969 uma locomotiva a vapor encostada à plataforma

Voltamos à fachada principal do edifício exterior da estação mais completa:
Caminhos de Ferro de Lourenço Marques era o nome da companhia inicial
Praça Mac Mahon e Estação em 1969 (foto Lindsay Bridge)
Santos Rufino em 1929 - Estação e Praça.
Do lado esquerdo a central geradora do porto

A estação foi construída no limite entre a ponta a oeste = poente da ilha inicial e o pântano que a rodeava e Alfredo Pereira de Lima (APL) e onde tinha estado o Baluarte 31 de Julho.

* Comentário: Há muita confusão sobre quem é o autor deste edifício exterior pois aqui com informação da altura é dito que foi o Eng. Mário da Veiga. 
Alfredo Pereira de Lima (APL) no livro de 1966 "Edifícios Históricos" aparentemente fala por um lado deste edifício exterior pois menciona as peças decorativas por Pietro Buccellato mas por outro lado diz que ele foi construido de 1908 a 1910 pelo que parece estaria a falar da gare de passageiros. 
APL diz aí que o projecto foi da autoria do Eng. Lisboa Lima (que até cerca de 1910 foi o director dos CFLM e deixou definitivamente Moçambique depois) e que a fachada foi ligeiramente alterada para a traça actual. Ora a gare de passageiros desde o início tem fachada simplesmente funcional e a sua traça nunca foi significativamente alterada (aqui em 1909 em construção e aqui em 1961). Por isso parece-me que APL no livro de 1966 "Edifícios Históricos" falou dos dois edifícios ao mesmo tempo e a misturou-os erradamente.  
APL a partir de 1969 fez um grande estudo sobre a história dos CFM e pode depois ter ficado a dominar melhor o assunto. Todavia no livro "Pedras que já não falam" que é de 1972, o ano em que também foi publicado esse estudo, APL ao falar da estação concluida em 1910 diz que ela foi projectada por Lisboa de Lima o que parece estar correcto. 
Resumindo não se percebe porque APL menciona no livro de 1966 "Edifícios Históricos" por exemplo as peças decorativas que diriam respeito ao edifício da fachada de 1913/16 (o qual de facto alterou a fachada da estaçâo simplesmente porque foi colocado em frente à fachada do anterior existente) e não ao que foi construido de 1908 a 1910


Comentários