Stiloguedes - Pancho Guedes: nova introdução, novos retratos e actualização de dois edifícios

No princípio dos anos 50, os estilos art deco e modernistas na arquitectura começavam a rápidamente ficar para trás. Novas ideias surgiram em Moçambique em linha com as correntes modernas "tropicais" vindas de Brasília. O arquitecto Pancho Guedes (nascido em 1925 e falecido em 2015) foi um dos nomes principais dessa tendência mas com uma aproximação heterodoxa pois foi por exemplo também influenciado por Gaudi. Sem dúvida que teve uma enorme criatividade mas também é para admirar quem lhe fez as encomendas porque senão nunca veriamos os seus projectos em tamanho real.
No HoM apresentei um largo números das obras de Pancho Guedes (PG) - mais de 90 - mostrando a combinação de inovação e risco nuns edifícios com uma maior convencionalidade noutros. Há ainda informação sobre alguns projectos adicionais e alguns dos edifícios que constam do HoM poderão ser-lhe ainda atribuídos, mas vamos caminhando para o fecho do dossier Pancho Guedes.
Fotos de PG e dos seus outros interesses foram apresentadas nesta mensagem. Acrescento aqui mais algumas fotos dos seus primeiros anos. Primeiro uma do conceituado Volkmar Wentzel tirada em 1964 e à venda no arquivo getty. 
An architect (Amâncio Guedes) stands in his design studio

Em cima vê-se o atelier de PG da Rua da Nevala e na parede ao fundo está um dos seus painéis com motivos geométricos
Outra famosa foto de Pancho, família e equipa de desenhadores é esta:
"Reunião informal" do gabinete em 1960 

Será que Dana Michahelles (1933-2002) que foi desenhadora do gabinete de Pancho Guedes era uma das duas senhoras do grupo?
Vê-se que a foto de cima é no mesmo espaço da primeira foto mas com a vidraça à direita que iluminava essa foto aqui tapada. A escultura à esquerda (com uns picos de ponta esférica) desta foto estava na de cima ao fundo e nesta (a preto e branco) PG parece mais velho.
Uns bons anos depois, PG de visita 
à Casa Vermelha de 1969 já habitada
Pancho com a colega Alison Smithson do Team 10 
de visita a Lourenço Marques no final dos anos 60

Como a foto de cima, a seguinte é dum daqueles artigos meio chatos (IMHO) sobre estes temas:
Encontro do Team 10 - Team X 
(ver em baixo resumo dum texto actual do Team X sobre Maputo)
PG com o poeta dadaísta Tristan Tzara em Lourenço Marques, 1962
Pancho, que era um trabalhador compulsivo, a desenhar (em 1963?)
Retrato também publicado pela Fundação Leite Couto

Actualização de fotos de alguns edifícios de Pancho Guedes:
Mann George na antiga Rua Araújo bem recuperado, do blog Moz Pascal et moi

Prédio Menino na Baixa. 

No último prédio há um mural de Pancho Guedes desperdiçado por falta de manutenção. É pena.

Team X and Modernism in Maputo - Abstract - Jørgen Eskemose Andersen - School of Architecture - Copenhagen - Denmark
Maputo has remarkable few neo-classical buildings and only a rather small building stock from before 1920. From the 1920s and onwards art deco inspired architecture flourished in Maputo with some master pieces still intact. However from the 1940s a significant number of young professionals settled in the Portuguese colony of Mozambique and rationalism soon dominated the architectural expression. Many saw the colony as a refugee from fascist Portugal where formalism and state referencing were required by the Salazar dictatorship.  
Team X was formed in 1960 and soon gained foothold and influence in the discourse on architecture during the 1960s and 1970s in Europe and in Southern Africa notably very strong in South Africa and Mozambique. While the English members of the Team X aligned to New Brutalism and the Dutch to Structuralism the members anchored in Southern Africa adhered to an adapted modernism with distinctive tropical features born out of climatically design concerns. 
During the late 1950s and throughout the 1960s a remarkable number of modernist buildings were constructed in Lourenco Marques as Maputo was called during colonial rule. Pancho Guedes, João Jose Tinoco and Luis de Vasconcellos among others were all designing many buildings that fast was put up changing the architectural landscape of the city. Most of these pioneers were further inspired by traditional African arts and many buildings were decorated on either the exterior or the interior with ornaments borrowing cultural signs and elements from the native rural hinterland. Despite years of neglect, extensions and appropriations many of these buildings are still remarkable in the urban fabric with architectural iconic status. Furthermore many housing estates were built in a modest modernistic manner and stands out today as treasures from an era with clear modernist references.
Recent years has seen a revival of the city and building activities are now widespread with many new buildings coming up on either vacant land or as replacements of structures in a poor state of maintenance. This process goes with an economic boom that leaves limited concern to architectural heritage and a number of valuable modernistic buildings have suffered demolitions e.g. the international airport now being replaced by a Chinese designed and built new airport. Most of these new buildings are put up in an “international style” with limited, if any, reference to the modernism shaping Maputo.   
The paper investigates the influence by the Team X and how this is architectural manifested in present day Maputo. The paper thus necessarily slots into a debate on the ostensibly unregulated capitalism which, in an unscrupulous manner is taking the lead in the building sector, introducing different discourses in a pace and manner, previously unheard of. New pieces of architecture by local Mozambican architects are analyzed and the issue of integrated urban development vs. suburban developments with gated communities is studied.
Finally the paper discusses the development of the peri-urban areas where the majority of the urban population is living in the so-called informal settlements. What kind of architectural manifestations are at stake in these areas and why have only few architects paid attention to these enormous areas?

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