Prédio da Manica na Praça Mac Mahon, actual dos Trabalhadores em Maputo (2/2)

Na sequência do primeiro artigo veremos nestr fotos do prédio da Manica Trading mais perto da data da sua construção e as construções que o antecederam para completarmos o conhecimento sobre a face do lado nascente = leste da Praça Mac Mahon, actual dos Trabalhadores de Lourenço Marques, actual Maputo.
A primeira foto deve ser do fim dos anos 60, início dos 70 e partir daí vamos recuando no tempo até aos anos 30.


FOTO 1
Praça Mac Mahon vista para nordeste. 
Prédio moderno à direita (ainda) sem marcas da Manica.
Viam-se na FOTO 1 o prédio Abreu (ver em baixo), o Spence e Lemos, o Manica e mais perto à direita da foto a estação e abrigo dos SMV.


FOTO 2
Vista mais ou menos semelhante à da FOTO 1 mas mais próxima do monumento
Na foto seguinte e que é um pouco anterior no tempo, o prédio da clarabóia que tinha estado ao lado do prédio Spence na FOTO 2 parecia estar a ser demolido e o mesmo devia estar a acontecer ao prédio que ficava entre ele e a Rua Araújo, actual Bagamoyo que veremos melhor depois. O prédio Manica foi construído ocupando o lugar dos dois.

FOTO 3
Postal do final dos anos 60
Na foto seguinte vê-se a Praça antes do prédio que veio a ser da Manica ter sido construído. A foto deve ser do início dos anos 60:


FOTO 4
Azul: o par que foi depois substituido pelo Manica, formado por:
Castanho: prédio da clarabóia
Laranja: prédio modernista de dois pisos
Rosa: rua Araújo, actual de Bagamoyo

Podemos ver agora a situação da Praça em mais detallhe na década de 40 com esses dois prédios construídos e um pouco mais do que os rodeava:


MONTAGEM 1
Castanho: prédio da clarabóia
Laranja: prédio modernista de dois pisos 
Amarelo: prédio da direcção dos CFM
Verde: estação e abrigo dos SMV
Rosa: rua Araújo, actual de Bagamoyo
Na foto + 1947 (e na FOTO 4) vê-se entre os prédios "Laranja" e "Amarelo" a Rua Araújo, actual Bagamoyo.
A foto seguinte é de entre 1935 (data da inauguração do monumento na praça) e 1939. Construía-se nessa altura o prédio modernista de dois pisos que apareceu marcado a laranja na FOTO 4 e na MONTAGEM 1.


FOTO 5
Castanho: prédio da clarabóia que vinha de entre 1900 e 1908
Laranja: prédio modernista de dois pisos, um dos que 
antecedeu o Manica, estava em construção
Amarelo: prédio dos CFM que era recente
Podemos ver agora numa foto de pelo menos 1935 com o que lá existia antes.


FOTO 6
à esquerda da estátua: edifício térreo (com FORWARDING, transitário)
à direita: edifício de dois pisos, fazendo esquina com a Rua Araújo
Rosa: rua Araújo, actual de Bagamoyo

E podemos ver o mesmo em foto de Mary Meader de 1937, com as instalações portuárias em primeiro plano e a praça da estação com o monumento ao centro a seguir e em frente aos edifícios referidos: 

FOTO 7
Castanho: prédio da clarabóia que vinha de entre 1900 e 1908
Laranja: dois edifícios, um térreo e outro de 2 pisos que antecederam o prédio modernista de dois pisos 
Amarelo: prédio dos CFM
Rosa: rua Araújo, actual de Bagamoyo

Os dois edifícios marcados a laranja em cima e que existiam desde pelo menos 1929 foram demolidos para dar origem na segunda metade dos anos 30 ao modernista de dois pisos (laranja) das FOTOS 4, 5 e MONTAGEM. 
Construções que terão existido antes do prédio da clarabóia e desses dois "laranja" e que foram substituídas pelo Manica, não terão sido relevantes, se alguma coisa existiu. Esta zona estava no limite da ponta a oeste da ilha inicial do burgo (aparecia ao fundo da Rua Araújo na primeira foto) e não tinha saída, havendo por aqui o baluarte 31 de Julho da linha de defesa com o pântano começando logo a seguir a essa protecção.


Sumarizando o que diz o site da Manica sobre a sua história
A empresa está directamente relacionada com a estruturação e construção das vias ferroviárias do “hinterland” e dos portos moçambicanos, e intímamente ligada à história da cidade da Beira. Os seus primeiros negócios consistiram na importação de todo o tipo de bens e no estabelecimento de relações empresariais com um vasto número de agências de navegação. Esteve envolvida na exportação de cromo, minerais, açúcar, milho, algodão, chá, tabaco e borracha de África para a Europa. Entre as duas Grandes Guerras expandiu a rede de negócios para a Namíbia, Suazilândia, Lesotho, Botswana e para a costa atlântica de África. Nos anos 50 as operações da empresa abrangiam toda a África Austral e as exportações tinham como destino a Europa e países como a Venezuela e Japão.
Falaremos mais sobre a história da Manica seguindo um entrevista do seu presidente,

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