Depois de termos falado do submarino alemão U-181 do comandante Wolfgang Lüth, veremos agora o U-178, outro dos submarinos alemães que em duas vagas em 1942 e 1943 atacaram a navegação comercial no litoral do estado do Natal da África do Sul e de Moçambique. O aparelhos usados nestas missões eram modelos de longo alcance do tipo IXD-2 com 87 metros de comprimento, peso de 1600 a 1800 toneladas e alcance de 23 610 km. O comando alemão tinha previsto usá-los na costa leste dos Estados Unidos mas como as perdas aí começaram a aumentar decidiu usá-los nas rotas do sul de África. Estas inicialmente estavam desprotegidas e como ligavam o Oriente à Europa eram também importantes linhas de abastecimento dos países aliados.
Vemos em baixo o U-178 (wikipedia em inglês) há 65 anos a regressar em 1943, podemo-lo dizer, dos mares de Moçambique sendo notórios os efeitos do longo tempo que tinha passado no mar.
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| U-178 regressando a Bordeaux depois da segunda patrulha no Índico em 1943 |
O U-178 foi lançado ao mar em Fevereiro de 1942 sob comando de Hans Ibbeken que segundo o site uboat foi dos comandantes germânicos mais idosos pois tinha 42 anos nessa altura. Em baixo temos a melhor foto dele, cujo ataque ao navio norueguês Hal Hing perto do farol da Inhaca deixou referências na literatura sobre Lourenço Marques, actual Maputo.
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Comandante Hans Ibbeken que patrulhou a costa de Moçambique
em 1942 com o U-178
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Na foto seguinte parece-me ver-se Ibbeken na torre dum submarino. Esta está decorada com o seu
emblema pessoal, um ganso ao ataque e que penso era completado em posição mais alta e ao centro direita (para quem vê e se esta imagem fosse mais alargada) da torre de comando pela palavra HORRIDO.
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| Ganso que era o emblema de Ibbeken, penso que no U-178 |
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Podemos verificar que na primeira foto deste artigo o emblema do U-178 não era o ganso de Ibbeken mas um camarão/lagostim que aparece na torre de comando do lado da proa. Isso acontecia porque esse submarino esteve sob comando de Ibbeken até Janeiro de 1943 mas na segunda missão foi comandado por Wilhelm Dommes (site uboat) e esse camarão/lagostim devia ser o seu emblema.
Em baixo pode-se ver o registo dos ataques do U-178 notando-se aí que tanto ele como o U-181 chegaram ao sudoeste do Índico em Novembro de 1942. De facto Ibbeken era o comandante do grupo a que o U-181 pertencia mas o comandante deste, Wolfgang Lüth que na altura tinha cerca de 30 anos, acabou por se destacar nessa missão como explicámos anteriormente.
Em baixo pode-se ver o registo dos ataques do U-178 notando-se aí que tanto ele como o U-181 chegaram ao sudoeste do Índico em Novembro de 1942. De facto Ibbeken era o comandante do grupo a que o U-181 pertencia mas o comandante deste, Wolfgang Lüth que na altura tinha cerca de 30 anos, acabou por se destacar nessa missão como explicámos anteriormente.
Como tinhamos já indicado no primeiro artigo ter acontecido em geral e como se pode ver na informação do site uboat sobre os seus raides, tanto Ibbeken como Dommes trataram os sobreviventes com a humanidade possível em cenário de guerra. No entanto a certa altura o comando alemão, depois da má experiência dum submarino germânico ter sido atacado por uma aeronave aliada quando ajudava sobreviventes, instruiu as tripulações de que a prioridade era prevenirem que o seu vaso de guerra fosse atacado. A partir dessa altura foi também ordenada a captura pelo submarino do comandante ou do imediato do navio afundado, o que aconteceu nalguns casos da segunda missão no Índico. De registar pelo lado positivo que apesar da situação de guerra como nunca tinha havido antes, a marinha alemã em geral não foi acusada pelas forças aliadas de ter cometido crimes, tendo os seus submarinos estado envolvidos numa única situação de violação das normas internacionais.
U-178 foi atacado duas vezes no Índico (uboat)
15 Nov 1942: While operating off Durban (Nov 13-15) the boat was attacked by Allied aircraft several times and on one occasion 3 bombs fell close, but without causing damage. (Sources: Blair, vol 2, page 78)
24 May 1943: 06.05 hrs, off Capetown, South Africa: the boat was attacked by a Dutch Catalina flying boat (RAF Sqn 321/Z) while tracking a small convoy. Three bombs dropped. No damage, but the convoy escaped. (Sources: Rohwer / Blair, vol 2, page 301).
Como há um contra-ataque britânico para cada uma das duas missões, não se nota muita diferença entre a primeira e a segunda tendo em conta que houve tempo principalmente durante o hiato entre as duas para a defesa anti-submarina na costa sul-africana ser muito melhorada. De facto foi-o e vê-se que no segundo evento, mesmo que o submarino não tenha sido atingido, pelo facto dos navios irem em combóio em vez de isolados e terem tido protecção aérea, o ataque do submarino foi ineficaz. Mas no que respeita às possibilidades do submarino vislumbrar alvos facéis ou de ao contrário dele poder ser detectado e atacado pelo inimigo, jogavam ainda muito as circunstâncias, as precauções e o chamado factor "sorte e azar" da sua tripulação e da das forças dos países Aliados.
O que se constata é que os cinco últimos ataques foram na costa de Moçambique e já afastados da Inhaca (ilha à entrada da baía para Lourenço Marques) ao sul de Moçambique e da costa sul-africana onde as defesas eram mais cerradas.
Como há um contra-ataque britânico para cada uma das duas missões, não se nota muita diferença entre a primeira e a segunda tendo em conta que houve tempo principalmente durante o hiato entre as duas para a defesa anti-submarina na costa sul-africana ser muito melhorada. De facto foi-o e vê-se que no segundo evento, mesmo que o submarino não tenha sido atingido, pelo facto dos navios irem em combóio em vez de isolados e terem tido protecção aérea, o ataque do submarino foi ineficaz. Mas no que respeita às possibilidades do submarino vislumbrar alvos facéis ou de ao contrário dele poder ser detectado e atacado pelo inimigo, jogavam ainda muito as circunstâncias, as precauções e o chamado factor "sorte e azar" da sua tripulação e da das forças dos países Aliados.
O que se constata é que os cinco últimos ataques foram na costa de Moçambique e já afastados da Inhaca (ilha à entrada da baía para Lourenço Marques) ao sul de Moçambique e da costa sul-africana onde as defesas eram mais cerradas.
Registo de "sucessos" do U-178 na primeira (Ibbeken) e segunda (Dommes) patrulhas no sudoeste do Índico
| Date | Ship (e local do ataque) | Nationality | Tonnage | Fate[4] |
|---|---|---|---|---|
| 10 October 1942 | SS Duchess of Atholl (Atlântico sul) |  United Kingdom | 20,119 | Sunk |
| 1 November 1942 | SS Mendoza (perto de Durban) | United Kingdom | 8,233 | Sunk |
| 4 November 1942 | SS Hai Hing (perto do farol da Inhaca) |  Norway | 2,561 | Sunk |
| 4 November 1942 | SS Trekieve (perto da Inhaca) | United Kingdom | 5,244 | Sunk |
| 13 November 1942 | SS Louise Moller (sul de Durban) | United Kingdom | 3,764 | Sunk |
| 15 November 1942 | NB: tinha sido atacado pouco antes SS Adviser (SE de Durban) | United Kingdom | 6,348 | Damaged |
| 27 November 1942 | SS Jeremiah Wadsworth (Cabo Agulhas RSA) |  United States | 7,176 | Sunk |
| 1 June 1943 | Tinha sido atacado a 24 de Maio SS Salabangka (sul de Durban) |  Netherlands | 6,586 | Sunk |
| 4 July 1943 | SS Breiviken (Inhambane, ao largo do farol da Ponta da Barra Falsa) | Norway | 2,669 | Sunk |
| 4 July 1943 | SS Michael Livanos (junto ao anterior) |  Greece | 4,774 | Sunk |
| 11 July 1943 | SS Mary Livanos (ao largo do Lumbo) | Greece | 4,771 | Sunk |
| 14 July 1943 | SS Robert Bacon (ao largo da Ilha de Moçambique) | United States | 7,197 | Sunk |
| 17 July 1943 | SS City of Canton (NW da Beira) | United Kingdom | 6,692 | Sunk |
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