Continuamos o tema dos artigos anteriores (um e dois) das Obras do Porto (OdP) que decorreram do lado oriental = leste da baixa da cidade junto à enseada da Maxaquene entre 1887 e 1889. Como dissemos os seus objectivos, segundo o Eng. Galvão era a construção dum muro-cais para pequenas embarcações entre a Ponta Vermelha e a ponte da alfândega e concomitantemente a criação de espaço para armazéns no aterro que se faria da enseada da Maxaquene.
Paralelamente às OdP construiram-se barracões para os trabalhadores os quais continuaram a existir e a ser usados depois do cancelamento desse projecto e puderam assim ser fotografados num periodo muito mais largo que o das obras e do seu resultado. Usaremos fotos dessas para ilustrar e tentar complementar um texto do Dr. António Sopa publicado pelo HPIP essencialmente sobre as vilas residenciais dos caminhos de ferro mas onde os barracões das OdP sâo mencionados a título de terem sido as primeiras habitações para trabalhadores na cidade. Resumindo-se então esse texto, com a devida vénia:
Foram feitas em 1897 no local das obras da ponte-cais (que como dissemos seria só para pequenas embarcações) na Ponta Vermelha, a cerca de 2.5 km da cidade as primeiras habitações para trabalhadores. Compunham-se de três barracões de construção provisória (madeira e ferro zincado) com 20 x 8 m, um de 20 x 10 m para quartos e um com 20 x 8 m, onde estava a cozinha, o refeitório e as latrinas (HoM: temos assim total de cinco, quatro de 20 x 8 m e um de 20 x 10 m, o mesmo comprimento e um pouco mais largo que os outros). Eram de madeira e ferro zincado e assentavam sobre pequenos pilares de alvenaria. Um deles foi deslocado em 1905 para a estação ferroviária, passando a servir de secretaria e armazém de serviços.
Paralelamente às OdP construiram-se barracões para os trabalhadores os quais continuaram a existir e a ser usados depois do cancelamento desse projecto e puderam assim ser fotografados num periodo muito mais largo que o das obras e do seu resultado. Usaremos fotos dessas para ilustrar e tentar complementar um texto do Dr. António Sopa publicado pelo HPIP essencialmente sobre as vilas residenciais dos caminhos de ferro mas onde os barracões das OdP sâo mencionados a título de terem sido as primeiras habitações para trabalhadores na cidade. Resumindo-se então esse texto, com a devida vénia:
Foram feitas em 1897 no local das obras da ponte-cais (que como dissemos seria só para pequenas embarcações) na Ponta Vermelha, a cerca de 2.5 km da cidade as primeiras habitações para trabalhadores. Compunham-se de três barracões de construção provisória (madeira e ferro zincado) com 20 x 8 m, um de 20 x 10 m para quartos e um com 20 x 8 m, onde estava a cozinha, o refeitório e as latrinas (HoM: temos assim total de cinco, quatro de 20 x 8 m e um de 20 x 10 m, o mesmo comprimento e um pouco mais largo que os outros). Eram de madeira e ferro zincado e assentavam sobre pequenos pilares de alvenaria. Um deles foi deslocado em 1905 para a estação ferroviária, passando a servir de secretaria e armazém de serviços.
Esses barracões aparecem nas imagens seguintes captando o local onde as OdP terão sido iniciadas, no limite oriental da enseada fazendo-se aí aterro a partir da costa e praia da base da Ponta Vermelha em direcção ao estuário e alargando-se um rectângulo de terreno assim construido para leste e oeste. Tentamos dar uma ideia disto na MONTAGEM de mapas do artigo anterior (dois).
A primeira foto é dos irmãos Lazarus, anterior a Abril de 1905 e mostra a Praia dos Pescadores ou da Câmara em primeiro plano:
A primeira foto é dos irmãos Lazarus, anterior a Abril de 1905 e mostra a Praia dos Pescadores ou da Câmara em primeiro plano:
FOTO 1
Ao fundo, no sopé da Ponta Vermelha, dois dos barracões,
certamente dos maiores acima referidos com 20 m x 8 metros
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Na FOTO 2 seguinte o resto ao fundo é igual à FOTO 1 com excepção duma construção mais pequena que surge ao meio do rectângulo de terreno e na direcção da baía. Como estas fotos são posteriores ao fim das OdP o mais natural seria nas mais recentes haver menos barracões, pelo menos dos maiores, mas como dissemos é difícil saber-se exactamente o que se passou aqui nas OdP e depois sem dados mais concretos..
FOTO 2
Dois grandes barracões como na FOTO 1 |
A FOTO 3 seguinte foi tirada do alto das dunas já faladas aqui e aproximadamente na mesma direcção das duas anteriores:
FOTO 3
Note-se que nestas três fotos, para cá dos barracões não se viam na enseada da Maxaquene o muro à esquerda e as barras (línguas) de areia de que falámos nos artigos anteriores pelo que é possivel que já se tivessem desvanescido.
Na MONTAGEM 1 o foco está nos barracões para se compreender melhor o texto do Dr. António Sopa. Coloco em cima parte da FOTO 1 do primeiro artigo e depois as três coloridas deste artigo:
Na MONTAGEM 1 o foco está nos barracões para se compreender melhor o texto do Dr. António Sopa. Coloco em cima parte da FOTO 1 do primeiro artigo e depois as três coloridas deste artigo:
MONTAGEM 1
Quanto às marcas azuis na foto "Lazarus P & B" parecia haver barracas no lugar onde estiveram os barracões grandes "perpendiculares" à barreira mas não consido estabelecer o siginificado disso como expliquei no primeiro artigo. No entanto parece-me que os dois barracões (roxo e violeta) que se vêm à esquerda nessa foto e paralelos à barreira devem ter sido os primeiros a ser construidos e que deixaram de se ver devido à construção dos dois grandes "perpendiculares" à barreira. Supondo que esses dois primeiros eram também dos de 20 m de comprimento e que se mantiveram ao longo das obras, no total só vimos 4 dos 5 barracões maiores referidos pelo Dr. António Sopa.
As construções para a direita = sul desses quatro (as marcadas a amarelo e verde) não sabemos o que eram mas como as obras precisavam de armazéns de material, ferramentas, etc. deviam ser para esse efeito.
As construções para a direita = sul desses quatro (as marcadas a amarelo e verde) não sabemos o que eram mas como as obras precisavam de armazéns de material, ferramentas, etc. deviam ser para esse efeito.
Este foi então um artigo complementar aos dois primeiros em que tinhamos tentado ver mais concretamente o que terão sido as Obras do Porto.
Série de artigos sobre as OdP aqui.
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