Voltamos aqui a falar da doca seca que fica um pouco para nordeste da doca da Capitania do porto de Lourenço Marques, actual Maputo. Esta é uma foto da construção original em postal que esteve à venda no site de coleccionismo delcampe.net
FOTO 1
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| Doca seca com comporta fechada à entrada e depois a doca da Capitania e o estuário mais distantes |
No fundo da doca e a todo o seu comprimento estavam pilares onde os cascos dos navios que iriam ser reparados assentavam depois da doca ter sido esvaziada.
A foto seguinte que já vimos aqui mostra a doca seca nos primeiros anos. Vem do livro Xilunguíne de Alexandre Lobato que dizia ser original de Albano de Sousa de 1922 e com a informação seguinte: "aterro em frente à fortaleza de que se vê as ameias à esquerda". Noto que essas ameias eram dum torreão que tinha sido adicionado â Fortaleza na sua esquina a sudoeste e que foi demolido na reconstrução dos anos 50. Pode-se rever a perspectiva da FOTO 2 no Google Maps onde a Fortaleza aparece em cima à esquerda e a doca seca em baixo à direita.
FOTO 2
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| Vista da fortaleza para leste - sudeste em 1922 com a doca seca atravessada a uns 125 m de distância |
Na FOTO 2 deve-se estar a ver a doca seca a quase todo o seu comprimento. Não se vê nenhuma casa ao lado da sua parte intermédia por isso assumo agora que o edifício que aparecia aqui na FOTO 1 de 1920 logo à direita da doca tenha sido demolido pouco tempo depois dessa foto. Na FOTO 2, para além da vedação e guindaste, nota-se à esquerda principalmente o topo a norte - nordeste da doca seca e a sua parede do lado oposto à Fortaleza. Depois da doca e na direcção de leste - sudeste vê-se na margem do estuário uma construção que devia ser recente pois estava sobre o aterro da Maxaquene que nesta zona tinha ido da Fortaleza até lá. Essa construção aparecia ainda em 1929 para o fundo do armazém da Capitania à esquerda da primeira foto deste artigo e não sei para que servia. Como ao lado da doca não se vê construções onde pudessem ser as suas oficinas suponho que ela não estava ainda em pleno funcionamento em 1922.
Uma publicação do Clube 1o de Maio do Alto-Maé falava em 1935 da necessidade de se construir uma piscina na cidade pois a Associação de Natação de Lourenço Marques tinha sido criada em 1932 e a modalidade estava em expansão. O artigo dizia que em tempos se tinha pensado usar um tanque existente no jardim Vasco da Gama para as provas mas dá a entender que tal não foi seguido. O que se sabe é que a construção das piscinas do Desportivo e dos Velhos Colonos aconteceu só em 1949 e 1950 e temos fotos de 1935 mostrando competições oficiais de natação a serem realizadas na doca seca. Mostram-se a seguir em imagens (fracas) dum dos Documentários Trimestrais de 1935 as quais também me parecem indicar que a doca seca original da FOTO 1 tinha entretanto sido alargada.
MONTAGEM 1
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| Prova de natação realizada ao longo do comprimento da doca seca. |
Ao fundo da foto à esquerda da MONTAGEM 1 vê-se a fachada lateral a "oeste = poente" e a traseira a "sul" do prédio da nova Capitania do Porto, actual Inamar que se via também à esquerda da FOTO 2.
Mostram-se a seguir saltos para a água também em 1935 e a partir duma estrutura colocada para meio do comprimento da doca seca (presumo que a foto à esquerda da MONTAGEM 1 foi tirada daí). Isto significará que para se organizar estas competições era preciso coordená-las com o programa de trabalhos da doca seca
MONTAGEM 2
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| Competições de saltos para a água de pranchas a alturas diferentes |
Voltando à utilização para que a doca seca foi prevista, podemos ver aí um navio em reparação que foi publicada em 1936.
FOTO 3
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| Por trás da doca seca a doca da capitania, nesta direcção aberta para o estuário |
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