Mostra-se aqui primeiro uma foto (slide) de Harrison Forman reproduzida do site da Universidade de Wisconsin Milwaukee e que faz parte do arquivo da American Geographical Society Library e diz respeito à cidade de Maputo, antiga Lourenço Marques.
FOTO 1
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| Equipa de calceteiros em 1961 trabalhando num passeio na cidade de Lourenço Marques, actual Maputo |
Milia Khoury da "Cape Peninsula University of Technology" na África do Sul amávelmente ajudou-nos a identificar uma das avenidas em que as faixas laterais foram pavimentadas com calçada e em que, como veremos, o motivo seguido em 1961 na FOTO 1 foi usado. Como podemos ver na foto seguinte trata-se da Av. Samora, antiga D. Luis mostrando-se aí um dos seus separadores centrais no troço entre a Praça da Independência e o prédio Montepio / TAP (zona que há mais de 100 anos era como tinhamos visto nesta gravura).
FOTO 2
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| Foto recente por Milia Khoury com flor estilizada, duplicada em espelho na calçada |
Em baixo está o pormenor do que estava a ser feito na calçada em 1961 e que pretendemos comparar com o da FOTO 2.
Pormenor da FOTO 1 (tratado digitalmente)
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| Pormenor do trabalho na calçada em 1961 |
A partir da imagem de cima pode-se em boa parte estimar onde iriam ser colocadas as pedras pretas (basalto) e brancas (calcário) em falta. A partir daí antevemos como iria ser a o trabalho acabado da FOTO 1 em 1961 e confirmamos a correspondência com o desenho existente da FOTO 2:
MONTAGEM das FOTOS 1 e 2 (clique na foto para aumentar)
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| à esquerda: antevisão do trabalho acabado dos calceteiros em 1961 à direita: calçada actualmente existente |
Para o que se pode comparar o desenho era o mesmo. Na calçada actual vê-se que a flor estilizada tem na parte superior à esquerda o que será um dos seus órgãos reprodutivos, pormenor que na FOTO 1 não se consegue saber se existia ou não dado que estaria ou na sombra ou obstruído pelo trabalhador da direita.
A calçada da FOTO 2 deve ter sido criada por volta de 1940, ano da abertura da praça actual da independência e da inauguração da estátua de Mouzinho. Por isso se os calceteiros estivessem de facto por aí em 1961 estariam a reparar a existente mas a FOTO 2 não é conclusiva sobre isso.
Recorrendo de novo às fotos de Carlos Alberto Vieira do livro Recordações de Lourenço Marques vemos na seguinte a actual Av. Samora a partir da Baixa e marco nela onde poderá ter sido tirada a FOTO 1 e por onde Milia Khoury tirou a FOTO 2
FOTO 3
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| Pretos: calçada nos separadores da avenida Amarelo: zona do separador onde a FOTO 2 de Milia Khoury foi tirada e onde a calçada tem o mesmo motivo da da FOTO 1 Branco: posição junto ao separador do lado poente e sentido de marcha em que estaria estacionado o VW da FOTO 1 Azul: hipótese de posição e sentido em que a FOTO 1 teria sido tirada |
Pode observar-se dentro dos rectângulos pretos da foto de cima que a calçada tinha aí duas faixas pretas (basalto) junto à berma da estrada. Como se pode ver em baixo o mesmo acontecia na FOTO 1, o que é um dos elementos a favor dela ter sido tirada nessa zona.
Pormenor da FOTO 1 (tratado digitalmente)
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| Duas faixas pretas na calçada junto à berma da estrada como na FOTO 3 dos anos 60 e na FOTO 2 actual de calçada na actual Av. Samora |
Desenhei as setas azul e a branca na FOTO 3 partindo do princípio que o VW da FOTO 1 estava estacionado na actual Av. Samora do lado que sobe, o que não é muito seguro de dizer. Se afinal o VW estivesse a descer, as setas da FOTO 3 passariam simétricamente para o lado oposto da avenida. E se afinal a FOTO 1 fosse de zona plana ela poderia ter sido tirada ser mais próxima da Baixa, ou seja do ponto a partir de onde a FOTO 3 foi tirada. Há muitas possibilidades de a FOTO 1 ter sido tirada na Av. Samora pois essa decoração nos passeios e separadores vais desde a Praça no seu ponto mais elevado até pelo menos à zona do Café Continental, como se pode ver no seu separador central na última foto daqui.
Pelo que disse considero plausível esta hipótese de localização da FOTO 1 mas não posso excluir que o motivo floral que nela aparece tenha sido aplicado nos passeios e/ou separadores de avenida de outros locais da cidade e que tivessem também as mesmas duas faixas pretas junto à berma da estrada.
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