Como vimos aqui segundo a dissertação de mestrado de Ana Furtado (AF) - descarregar daqui - duas imagens religiosas de Nossa Senhora (NS) - a de NS da Conceição e a de NS de Fátima que teria de ser mais recente - foram em 1944 transferidas da antiga igreja paroquial para a nova Catedral de Lourenço Marques (LM), actual Maputo. Como se viu por fotos uma delas foi a seguinte com as mãos juntas na horizontal frente ao peito (aqui reprodução de exemplar vendido no delcampe) e que num "achismo" calculei que seria a que tinha chegado à cidade em 1888.
FOTO 1
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| Foto de Hily de 1919 com imagem de Imaculada Conceição que suponho fosse a NS da Conceição de 1888 |
Esta imagem esteve em posição de destaque na procissão em 1944 e seria de supor que depois da consagração da nova Catedral a NS da Conceição (para os menos versados em catolicismo, apesar dos nomes variarem um tanto as imagens chamadas de NS ou de Conceição são sempre relativas à Virgem Maria) tivesse sido aí colocada num local condigno. Já não digo num local primordial pois para a nova Catedral tinha sido adquirida uma nova imagem de NS que vimos no artigo anterior e volta aparecer aqui na FOTO 2 e parece muito maior que esta, tem os braços afastado e é em mármore
Ora nem Alfredo Pereira de Lima (APL) que deve ter assistido às cerimónias de inauguração de 1944 e frequentado depois a nova Catedral nem Ana Furtado (AF) na sua completíssima dissertação de 2017 - a menos que eu a tenha lido rápido de mais - falam do que aconteceu depois a esta imagem. A meu ver, sendo ela no mínimo de 1888 ou no máximo de pouco antes de 1919, se em 1944 teria já de grande interesse litúrgico e histórico, óbviamente esse interesse seria agora muito maior. Talvez AF se refira a casos deste tipo na página 68 da dissertação ao escrever que na nova Catedral há "(imagens) não visíveis nos dias de hoje" mas não as enumera, descreve e/ou mostra fotos. Hipótese que ponho é que AF não tivesse conhecimento nem desta FOTO 1 de Hily nem da foto da procissão em frente aos bombeiros que vimos no artigo anterior e como provávelmente não tinha outra foto desta imagem não a podia comparar com as que estejam na nova Catedral, visíveis ou não ao público. Tentei contactar AF para esclarecer este e outros pontos da sua dissertação e as questões que este assunto por curiosidade me levantou mas sem sucesso e daí alguns pendentes nestes artigos.
Restava-me então ou ler com mais atenção a dissertação de AF ou procurar a imagem da Imaculada Conceição da FOTO 1 de Hily nas fotos da Catedral disponíveis na net. Optei pela segunda e concluo que a melhor hipótese para a sua presença actualmente na Catedral será no braço da cruz da esquerda (o que tem a estátua de c. de 1944 de NS da Conceição próxima da esquina do altar-mor e um santo masculino no altar ao fundo):
Ora nem Alfredo Pereira de Lima (APL) que deve ter assistido às cerimónias de inauguração de 1944 e frequentado depois a nova Catedral nem Ana Furtado (AF) na sua completíssima dissertação de 2017 - a menos que eu a tenha lido rápido de mais - falam do que aconteceu depois a esta imagem. A meu ver, sendo ela no mínimo de 1888 ou no máximo de pouco antes de 1919, se em 1944 teria já de grande interesse litúrgico e histórico, óbviamente esse interesse seria agora muito maior. Talvez AF se refira a casos deste tipo na página 68 da dissertação ao escrever que na nova Catedral há "(imagens) não visíveis nos dias de hoje" mas não as enumera, descreve e/ou mostra fotos. Hipótese que ponho é que AF não tivesse conhecimento nem desta FOTO 1 de Hily nem da foto da procissão em frente aos bombeiros que vimos no artigo anterior e como provávelmente não tinha outra foto desta imagem não a podia comparar com as que estejam na nova Catedral, visíveis ou não ao público. Tentei contactar AF para esclarecer este e outros pontos da sua dissertação e as questões que este assunto por curiosidade me levantou mas sem sucesso e daí alguns pendentes nestes artigos.
Restava-me então ou ler com mais atenção a dissertação de AF ou procurar a imagem da Imaculada Conceição da FOTO 1 de Hily nas fotos da Catedral disponíveis na net. Optei pela segunda e concluo que a melhor hipótese para a sua presença actualmente na Catedral será no braço da cruz da esquerda (o que tem a estátua de c. de 1944 de NS da Conceição próxima da esquina do altar-mor e um santo masculino no altar ao fundo):
FOTOS 2 (1a do blog sulafrica e 2a sem autor que eu tenha registado)
Castanho claro: imagem pequena e aparentemente feminina na catedral
Não dá para comparações com estas fotos mas será fácil confirmar no local se essa é ou não é a imagem da Imaculada Conceição da FOTO 1. Por isso fica esta pista e os dados que no caso de ser ela (ou se for outra que esteja noutro local aplica-se-lhe o mesmo) permitiriam explicar o seu contexto e dar-lhe mais destaque.
Como tenho explicado, muito dos últimos quatro artigos sobre imagens da igreja paroquial e da nova Catedral basearam-se na dissertação de mestrado de Ana Furtado (AF) intitulada "A Catedral de Nossa Senhora da Conceição de Lourenço Marques: cópia ou inovação do seu arquitecto?". Mas como o seu título indica essa dissertação tem âmbito muitíssimo mais alargado do que essas estátuas. É primordialmente um trabalho sobre o novo edifício e parece-me muito meritório pois inclui de um lado história, religião, política e doutro análise de arquitectura e engenharia, o que surpreende sendo a autora aluna de faculdade de letras. Penso assim que Ana Furtado veio acrescentar muito ao conhecimento desse edifício e do seu recheio e à forma como foi planeado e construído.
AF aborda também o assunto da sua "cópia ou inovação" da nova Catedral e que também me tinha interessado em quatro artigos, com AF óbviamente elaborado-o muito mais e alargando a comparação a outras igrejas dos irmãos Perret para além da de Raincy. AF concluiu que o Eng. Marcial Freitas e Costa que trabalhava nos CFM e que durante dez anos de trabalho fez "pro bono" o projecto e dirigiu a execução, não escondeu que procurou o que houvesse de melhor para criar essa obra e por isso que houve alguma cópia. Mas AF concluiu também que ele introduziu muitas inovações tanto no desenho como na construção e nas instalações auxiliares e por isso o resultado final é balanceado entre "cópia ou inovação" (eu tinha chegado a resultado semelhante simplesmente comparando o que se vê em LM, actual Maputo e Raincy no interior e exterior).
AF olhou ainda com muita atenção para a vida do Eng. Freitas e Costa tendo tido acesso a importantes documentos na posse da sua família e por isso inéditos até agora. Lembro que o HoM se tinha referido ao Eng. Freitas e Costa principalmente a propósito do campo de futebol do Clube Ferroviário e que foi atribuido o seu nome. Nesse artigo indiquei principalmente um site com detalhes biográficos que são em parte complementares aos que agora Ana Furtado revelou.
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