Continuando o tema do artigo anterior, em 15 de Agosto de 1944 a igreja paroquial foi formalmente substituida pela nova Catedral.
Sobre as cerimónias que precederam a sua inauguração Ana Furtado escreveu nas páginas 98 e 99 da sua dissertação de mestrado - descarregar daqui - e citando relato dessa época: "Findos todos os rituais exigidos por Roma fez-se uma pausa para almoço e descanso breve, retomando da parte da tarde, às 16h, a procissão onde se carregam os andores com as imagens de Nossa Senhora da Conceição e de Nossa Senhora de Fátima para a catedral." . Fica-se daqui a saber que em 1944 havia na igreja paroquial pelo menos uma imagem de NS da Conceição que seria a de 1888 (a segunda na igreja) e uma imagem de NS de Fátima que teria de ser posterior a 1917.
Sobre as cerimónias que precederam a sua inauguração Ana Furtado escreveu nas páginas 98 e 99 da sua dissertação de mestrado - descarregar daqui - e citando relato dessa época: "Findos todos os rituais exigidos por Roma fez-se uma pausa para almoço e descanso breve, retomando da parte da tarde, às 16h, a procissão onde se carregam os andores com as imagens de Nossa Senhora da Conceição e de Nossa Senhora de Fátima para a catedral." . Fica-se daqui a saber que em 1944 havia na igreja paroquial pelo menos uma imagem de NS da Conceição que seria a de 1888 (a segunda na igreja) e uma imagem de NS de Fátima que teria de ser posterior a 1917.
Em artigo anterior no HoM sobre a inauguração da nova Catedral em 1944 vimos uma foto dessa procissão reproduzida do Moçambique Documentário Trimestral (DT) oficial da época:
MONTAGEM 1 (foto de 1944 com inserção da FOTO 2 de Hily do artigo anterior)
Imagem de Nossa Senhora (NS) da foto de Hily a ser conduzida num andor da igreja paroquial (que iria ser demolida) para a nova Catedral |
Confirma-se com esta foto que a imagem de NS da foto de Hily estava na igreja paroquial (pelo menos em 1944) e que ele foi integrada nessa procissão. Não se pode ter a certeza agora mas como disse anteriormente presumo que esta fosse a imagem de 1888 da padroeira da igreja, Nossa Senhora da Conceição, até porque se foi ele a escolhida para ser fotografada para o DT deveria seria ela a estátua mais importante na procissão
Passando a dados mais sólidos, continua Ana Furtado nas páginas 98 e 99 da dissertação citando relato da época sobre a procissão: "As avenidas estão cheias de gente (não só de portugueses) que acorrem para ver a procissão e as cerimónias inerentes. O caminho escolhido para a passagem da procissão incidiu na Avenida Miguel Bombarda, Avenida Elias Garcia, Avenida da República, Avenida Joaquim António de Aguiar *, Praça 7 de Março regressando pela Avenida António Augusto de Aguiar **, passando na Praça Mouzinho de Albuquerque e chegando por fim à catedral, tal como o Ministro das Colónias pedira: nem demasiado extensa, para não fatigar, nem demasiado curta, onde se perderia a imponência da mesma. A procissão entra no templo já de noite, numa catedral iluminada e imponente." (NB HoM: * e ** deviam ter o mesmo nome, segundo o mapa de 1940 seria Joaquim Augusto de Aguiar, pouco depois mudou para Av. D. Luis e agora é a Samora).
Passando a dados mais sólidos, continua Ana Furtado nas páginas 98 e 99 da dissertação citando relato da época sobre a procissão: "As avenidas estão cheias de gente (não só de portugueses) que acorrem para ver a procissão e as cerimónias inerentes. O caminho escolhido para a passagem da procissão incidiu na Avenida Miguel Bombarda, Avenida Elias Garcia, Avenida da República, Avenida Joaquim António de Aguiar *, Praça 7 de Março regressando pela Avenida António Augusto de Aguiar **, passando na Praça Mouzinho de Albuquerque e chegando por fim à catedral, tal como o Ministro das Colónias pedira: nem demasiado extensa, para não fatigar, nem demasiado curta, onde se perderia a imponência da mesma. A procissão entra no templo já de noite, numa catedral iluminada e imponente." (NB HoM: * e ** deviam ter o mesmo nome, segundo o mapa de 1940 seria Joaquim Augusto de Aguiar, pouco depois mudou para Av. D. Luis e agora é a Samora).
Transpondo esse percurso para uma planta da cidade desses tempos, teriamos o seguinte:
PLANTA de 1941 de LM
Amarelo (destino): nova Catedral católica
Azul: trajecto da procissão entre esses dois templos
com passagem pela Baixa da cidade
Vermelho: bombeiros na Baixa (estação de incêndio)
Roxo: prédio Fonte Azul na Praça 7 de Março |
A partir daqui pode agora verificar-se que a foto de 1944 foi tirada em frente ao actual Prédio 33 (ver aqui) onde a procissão estaria depois de ter avançado uns 450 metros desde o início e acabado de descer a Av. Augusto de Castilho, actual Lenine:
MONTAGEM 2
Procissão passava em frente aos bombeiros na Baixa (o rectângulo vermelho na PLANTA) |
A foto seguinte mostra ainda a procissão para a inauguração da nova Catedral em 1944 e como estava a passar pela Praça 7 de Março, a partir da PLANTA podemos dizer que estava em ponto do percurso mais avançado do que o da foto anterior. Se a procissâo tinha começado às 16:00 e se se movesse a 1 000 metros por hora (contando com umas paragens) pela distância esta FOTO 3 deve ter sido tirada por volta das 17:00.
FOTO 1
Assistência e procissão já no lado poente na Praça 7 de Março com o prédio Fonte Azul visto para nordeste |
Vê-se na PLANTA que foi nesta praça (aí localizável pelo prédio Fonte Azul do quadrado roxo) que a procissão deu a volta na Baixa da cidade para iniciar a subida pela referida Av. Aguiar, actual Samora a caminho da nova Catedral. O artigo anterior tem também uma foto do DT com sua chegada ao destino (chamaram-lhe largo da Catedral) já ao cair da noite, o que teria acontecido um pouco depois das 17:31, que segundo este site é a hora do pôr-do-sol em Maputo no mês de Agosto.
No próximo artigo utilisaremos mais informação da dissertação de Ana Furtado particularmente no que diz respeito às imagens religiosas no interior da nova Catedral e por isso ao que terá acontecido à da Nossa Senhora (Imaculada Conceição) da igreja paroquial e de que falámos aqui.
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