Da colecção da passagem dos submarinos italianos por Lourenço Marques (LM), actual Maputo em Novembro de 1933 vimos no artigo anterior uma foto de grupo em Marracuene com oficiais da Marinha Real Italiana (Regia Marina) e o que presumo fossem famílias locais. Há mais duas fotos tiradas nessa vila turística a cerca de 30 Km de LM e a primeira mostra um momento de lazer com um oficial do submarino e uma jovem sorridente, a qual com o mesmo crucifixo e com esse chapéu na mão e sentada à frente estava na foto de grupo tirada também em Marracuene .
FOTO 1
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| No jardim dum grande edifício em Marracuene |
Na segunda foto aparecem dois oficiais a dançar com gentis senhoras ou meninas locais no interior dum edifício que pelas janelas seria o da FOTO 1.
FOTO 2
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| Edifício em local elevado pelo desnível que se vê para o fundo |
A FOTO 2 parece ter sido tirada junto à esquina que aparece â direita no interior do edifício da FOTO 1, olhando-se para as janelas e para a coluna em betão. Presumo que a FOTO 1 mostrasse a frente da casa que seria na parte alta da vila pois aparentava estar já na descida para o vale do rio Incomáti que na FOTO 2 se via a curvar para a esquerda para o lado da Manhiça tal como se via aqui. Mas o rio parecia estar com pouco caudal e como a visita dos submarinos foi em Novembro de 1933 teria de se ver se isso era plausível, sabendo-se que a estação seca é mais em torno de Julho se bem me lembro.
Ainda em relação ao local destas duas fotos em Marracuene, pela paisagem e tipo de construção nas fotos eu esperaria que se tratasse do Pavilhão de Chá dos CFM. Mas nesta foto também dessa altura, pelo menos a sua traseira tinha uma esplanada que não se vê na FOTO 1, que todavia podia estar incompleta. Na FOTO 3 seguinte aparece a frente desse edifício e aí também era diferente do da FOTO 1, no caso dela afinal mostrar a frente do edifício.
Não tendo sido no pavilhão de chá, a hipótese que coloco seria que alguém da comunidade italiana tivesse uma quinta noutra posição elevada de Marracuene em relação ao rio e que que se teria lá realizado essa festa italiana em 1933.
A anotação relativa às duas fotos de 1933 era "diversos oficiais esmeraram-se a dançar, o melhor foi certamente o C.C. Battaglia" e podemos agora reconhecê-lo na foto de grupo na fila de trás para a direita. O C.C. de Battaglia significa na marinha italiana Comandante de Corveta o que corresponde na portuguesa a Capitão Tenente e equivale a Major no exército e ele comandava o submarino Toti. O posto de Savio era Capitão de Fragata, o imediatamente acima de Capitão Tenente e que equivale a Coronel no exército, o que lhe permitia nesta missão comandar o Sciesa e o grupo ou secção com os dois submarinos. Esses dois postos (e o imediatamente acima deles de Capitão de Mar e Guerra) fazem parte da classe dos Comandantes que possibilitam o comando de grandes navios - ver aqui as divisas e galões e nomes oficiais portugueses.
Sobre o que lhes aconteceu depois de 1933/34, de Carlo Salvio estranhamente não encontro mais informação do que terá feito depois desta missão que concluiu com sucesso, se estava ainda ao serviço no início da guerra em 1939 e o que lhe terá aí acontecido. De Alberto Battaglia do Toti, em 1940 tinha sido promovido a Capitão de Fragata. Em 1941 tinha passado para os navios de superfície e comandava o contra torpedeiro (destroyer) "Carabinieri" que esteve em 161 missões na guerra mas estranhamente acabou sendo quase afundado pelos alemães depois da Itália ter assinado o armistício com os aliados em Setembro de 1943. No entanto não sei se era ainda Battaglia o comandante, e se era se sobreviveu a esse ataque e o que fez depois.
FOTO 3
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| Pavilhão de Chá em Marracuene - seria com o desenho que se vê à esquerda que se poderia comparar com a FOTO 1 mas parece diferente |
A anotação relativa às duas fotos de 1933 era "diversos oficiais esmeraram-se a dançar, o melhor foi certamente o C.C. Battaglia" e podemos agora reconhecê-lo na foto de grupo na fila de trás para a direita. O C.C. de Battaglia significa na marinha italiana Comandante de Corveta o que corresponde na portuguesa a Capitão Tenente e equivale a Major no exército e ele comandava o submarino Toti. O posto de Savio era Capitão de Fragata, o imediatamente acima de Capitão Tenente e que equivale a Coronel no exército, o que lhe permitia nesta missão comandar o Sciesa e o grupo ou secção com os dois submarinos. Esses dois postos (e o imediatamente acima deles de Capitão de Mar e Guerra) fazem parte da classe dos Comandantes que possibilitam o comando de grandes navios - ver aqui as divisas e galões e nomes oficiais portugueses.
Sobre o que lhes aconteceu depois de 1933/34, de Carlo Salvio estranhamente não encontro mais informação do que terá feito depois desta missão que concluiu com sucesso, se estava ainda ao serviço no início da guerra em 1939 e o que lhe terá aí acontecido. De Alberto Battaglia do Toti, em 1940 tinha sido promovido a Capitão de Fragata. Em 1941 tinha passado para os navios de superfície e comandava o contra torpedeiro (destroyer) "Carabinieri" que esteve em 161 missões na guerra mas estranhamente acabou sendo quase afundado pelos alemães depois da Itália ter assinado o armistício com os aliados em Setembro de 1943. No entanto não sei se era ainda Battaglia o comandante, e se era se sobreviveu a esse ataque e o que fez depois.
No próximo artigo voltaremos à "estoria" da família italo-laurentina Buffa Buccellato.
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