Segunda casa de ferro (de dois pisos) na Baixa de Lourenço Marques (2/2)

Tinhamos falado aqui do que parecia ser uma outra casa de ferro com dois pisos que teria sido instalada na Baixa de Lourenço Marques (LM), actual Maputo cerca de 1895 na esquina a sudeste do cruzamento entre as avenidas Álvares Cabral e Aguiar depois D. Luis, actualmente Samora e Manganhela respectivamente. Actualmente o seu local está no google imagens aqui ao centro, onde aparece marcado "Instituto Superior Monitor".
Na sequência de perguntas / sugestões de Marc Braham e Guillaume Carré, especialistas das casas metálicas franco - belgas e profusamente citados na série nova sobre a Casa de Ferro de LM mais conhecida e de três pisos, conseguimos confirmar um pouco melhor que ela existia pois encontrámo-la também numa das fotos antigas do jardim. A partir daí consegui localizar mais precisamente essa foto que mostro a seguir na versão colorida.

FOTO 1
Foto do Jardim Vasco da Gama, actual Tunduru publicada por Santos Rufino em 1929
Seguindo as novas dicas, ao fundo da FOTO 1, em posição central vemos uma construção cuja parte superior da fachada tem uma certa estrutura modular pelo que pode ser uma casa de ferro.
Comparemos essa construção com a melhor foto que temos da dita segunda casa de ferro, vendo-se nos dois casos a fachada abaixo do telhado e acima do segundo piso. Nota-se nas duas fotos a mesma estrutura que será preenchida com placas metálicas, pelo que se tratará de uma só casa nas duas fotos:

MONTAGEM 1
à esquerda: marcas na fachada lateral - virada a sul - da segunda casa de ferro
à direita: mesma estrutura na construção vista do jardim na FOTO 1
Com os dados disponíveis, a partir das localizações da segunda casa de ferro e da geral do jardim podemos descobrir onde e como foi tirada a FOTO 1. Coloco à esquerda a imagem actual da zona na mesma posição da FOTO 1 para se poder verificar a equivalência:

MONTAGEM 2 (clique para aumentar)
Castanho escuro: posição da segunda casa de ferro como se via na FOTO 1
Azul: ângulo de visão da FOTO 1
Laranja, vermelho, azul escuro, roxo e preto: arruamentos 
do jardim (ver na MONTAGEM 3)
Carmesim: pequeno lago da fonte no jardim, ainda existente de que falei aqui ao fundo
Azul claro: Av. Manganhela, estaria entre o jardim e casa na FOTO 1 mas não se via aí
Verde claro: Av. Samora, estaria para a direita da FOTO 1
 mas nãoo se via aí devido à vegetação
Podemos então dizer que se na MONTAGEM 1 se via a fachada lateral da segunda casa de ferro do lado sul, na FOTO 2 via-se a sua fachada do lado norte mas conclui-se também que as suas estruturas eram pelo menos semelhantes desses dois lados opostos.
Localizamos então a FOTO 1 como tendo sido tirada na plataforma inferior do jardim - dada a proximidade com a sua borda sul (Av. Álvares Cabral, actual Manganhla) - e olhando-se para sul. Podemos agora ver mais concretamente ao que ela corresponde no jardim actual ou recente antes dos trabalhos de renovação, com foco no pequeno lago da fonte que estava em primeiro plano na FOTO 1 e que se mantém aproximadamente com o aspecto que tinha cerca de 1929:

MONTAGEM 3 (clique para aumentar)
Carmesim: pequeno lago da fonte no jardim
Laranja, vermelho, azul escuro, roxo, preto: arruamentos do jardim, 
antigamente e recentemente
Branco: casa de ferro de 3 pisos, por coincidência re-instalada perto do jardim
Podemos ainda ver o jardim na mesma zona na primeira metade dos anos 50 com as marcas equivalentes às das fotos anteriores em foto de Carlos Alberto Vieira com a devida vénia:

FOTO 2
Jardim visto para leste com o pequeno lago da fonte da FOTO 1 e outras
e os arruamentos marcados como na MONTAGEM 3
Quando à casa de ferro de dois pisos situada na esquina, como sabemos agora identificar as construções do sistema Danly, caso da Casa de Ferro de três pisos, tentei encontrar o nesta segunda casa o seu desenho e relevo característicos nas suas placas da parede (a estampagem de dupla cabeça de seta nos cantos e duma parte de trás de envelope ao centro). Embora tal não seja totalmente claro na melhor foto da casa disponível do ACTD / AHU que vimos aquio especialista Marc Braham afirma que se trata duma casa do sistema Danly. e podemos também acrescentar que terá sido instalada entre digamos 1890 e 1895.  

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