Continuando a série sobre a linha de Goba e Suazilândia, actual Essuatini e o que se passava nesse reino vizinho de Moçambique depois da estação fronteira de Goba e de termos visto diversas estações, temos agora fotos da locomotivas operando na linha.
A primeira mostra uma longuíssima composição puxada por duas máquinas a vapor do mesmo tipo passando numa trincheira em zona montanhosa:
FOTO 1
Combóio em Nondvo indo para LM com a locomotiva n. 470 dos CFM à frente |
Nondvo fica algures para sul de Manzini e Mbabane. As locomotivas têm eixos 4 (à frente) - 8 motrizes a meio - 2 (perto da cabine) e foram compradas pelos CFM aos antigos caminhos de ferro da Rodésia. Tinhamos visto essa n. 470 na FOTO 6 do artigo 6 parada em Sidvokodvo.
Passamos a quatro fotos seguidas de Prorail UK à venda no e-bay. Na seguinte aparece um par de locomotivas do mesmo tipo das de cima, também carregando minério de Ngwenya / Ka Dake para o porto de Lourenço Marques.
Par de locomotivas dos CFM, ex-Rhodesia Railways, na Suazilândia |
Segue-se mais uma foto do e-bay, esta com a locomotiva 701 dos CFM que conhecemos das FOTOS 2 e 3 do artigo 6 e que era do fabricante canadiano Montreal Locomotive Works (MLW).
Máquina MKW com eixos 4-8-2 mas sózinha no combóio puxando vagões carregados de minério vinda de Ka Dake (mina de Ngwenya) |
Agora em Mlawula Loop / Lubombo já próximo da fronteira de Goba outra foto à venda no e-bay e mostrando uma composição na cabeça uma locomotiva diferente das vistas em cima (a segunda é uma dos ex-RR):
Máquina Henschel à frente e da fábrica NBL atrás, puxando cerca de 30 vagões de minério |
E pela primeira vez nestas fotos uma locomotiva trazendo vagões vazios, por isso presume-se vinda do porto de LM para a mina de Ngwenya (Ka Dake):
Máquina MKW número 707 dos CFM |
Duas máquinas a vapor dos CFM puxando vagões carregados na Suazilândia |
E podemos também ver fotos dum artigo de John Gaynor em stramtrainstories em que descreve muitas locomotivas e apresenta fotos delas em 1974.
Noto que nos quatro selos que apareciam na IMAGEM 1 do artigo 7 e que revemos em baixo noutra apresentação todas as locomotivas tinham a frente clara (tinta prateada ou aço polido?) mas aparecem aí em três dos selos duas Henschel e uma da ex-RR que não sei se alguma vez tiveram esse aspecto.
Noto também que no artigo de John Gaydon ele parece referir que as máquinas da série 700 que viu com os números 701, 702, 703, 705, 706, 707 e 708 eram Henschel mas pelo que deduzo dos outros especialistas elas eram da MLW do Canadá. Para além da 706 de cima, pelo menos a 702 dos CFM também do fabricante MLW (Montréal) tinha também a frente mais clara como vimos nesta foto (curiosamente acoplada a uma locomotiva Henschel) e nesta foto tirada na placa giratória do depósito de máquinas.
Achismo do HoM é que para se manterem em 1972 quase exclusivamente locomotivas a vapor ao serviço dos CFM e dos SAR era elas estarem em bom estado sem necessidade de grandes reparações, o preço do diesel ser elevado, haver dificuldades de aprovisionamente devido a sanções árabes pelo menos a partir de 1973 e à disponibílidade do minério de carvão explorado na África do Sul e paises limítrofes. Como vimos em 1978, depois da independência de Moçambique, aparecia já uma diesel dos CFM em serviço na Suazilândia.
John Gaydon no artigo já referido concluia dizendo que a mina a céu aberto de Ngwenya (cujo terminal da linha era Ka Dake) fechou em 1980 e que a linha a partir de Matshapa, a estação perto de Manzini pelo que presumo seja daí para oeste, foi abandonada. Essa informação sobre a mina está de acordo com o que se lê na wikipedia de que foi explorada de 1964 a 1977 e li também que nos três anos seguintes foi exportado o que tinha sido minerado antes. Não é muito claro porque foi interrompida a operação da mina mas esta reactivou-se entre 2011 e 2014 ano em que parou de novo e até ver.
De qualquer modo os CFM investiram recentemente na reabilitação da linha de Goba em Moçambique (nova ponte em Boane por exemplo) pelo que presumo que haja actualmente outro tipo de carga a ser transportado entre Essuatini e o porto de Maputo / Matola via Goba. Também de notar que estando a linha em bom estado caso haja interrupção de tráfego, imprevisto ou planeado, na linha de Pretória entre Ressano Garcia e a Machava, actualmente será possível desviar o tráfego que passa (chega ou sai) em Komatipoort pela rota alternativa que seria alcançar Mpaka (rever o mapa do artigo 6) no norte de Essautini e daí seguir para Goba, Boane e chegar na mesma à Machava.
Para terminar podemos ver como se integrará a planeada primeira ligação ferroviária através da Suazilândia no eixo leste (Goba em Moçambique) - oeste (Lothair, na África do Sul) no sistema regional que envolve os quatro países incluíndo o Botswana mais para o interior:
Máquina MLW 4-8-2 n.706 dos CFM perto de Matspha e de Sidvokodvo em 1974 |
No texto de novo a versão de que as locomotivas da ex-RR foram feitas em Bulawayo. De qualquer modo só as duas de cima são desse tipo |
Achismo do HoM é que para se manterem em 1972 quase exclusivamente locomotivas a vapor ao serviço dos CFM e dos SAR era elas estarem em bom estado sem necessidade de grandes reparações, o preço do diesel ser elevado, haver dificuldades de aprovisionamente devido a sanções árabes pelo menos a partir de 1973 e à disponibílidade do minério de carvão explorado na África do Sul e paises limítrofes. Como vimos em 1978, depois da independência de Moçambique, aparecia já uma diesel dos CFM em serviço na Suazilândia.
John Gaydon no artigo já referido concluia dizendo que a mina a céu aberto de Ngwenya (cujo terminal da linha era Ka Dake) fechou em 1980 e que a linha a partir de Matshapa, a estação perto de Manzini pelo que presumo seja daí para oeste, foi abandonada. Essa informação sobre a mina está de acordo com o que se lê na wikipedia de que foi explorada de 1964 a 1977 e li também que nos três anos seguintes foi exportado o que tinha sido minerado antes. Não é muito claro porque foi interrompida a operação da mina mas esta reactivou-se entre 2011 e 2014 ano em que parou de novo e até ver.
De qualquer modo os CFM investiram recentemente na reabilitação da linha de Goba em Moçambique (nova ponte em Boane por exemplo) pelo que presumo que haja actualmente outro tipo de carga a ser transportado entre Essuatini e o porto de Maputo / Matola via Goba. Também de notar que estando a linha em bom estado caso haja interrupção de tráfego, imprevisto ou planeado, na linha de Pretória entre Ressano Garcia e a Machava, actualmente será possível desviar o tráfego que passa (chega ou sai) em Komatipoort pela rota alternativa que seria alcançar Mpaka (rever o mapa do artigo 6) no norte de Essautini e daí seguir para Goba, Boane e chegar na mesma à Machava.
Para terminar podemos ver como se integrará a planeada primeira ligação ferroviária através da Suazilândia no eixo leste (Goba em Moçambique) - oeste (Lothair, na África do Sul) no sistema regional que envolve os quatro países incluíndo o Botswana mais para o interior:
Pode ver-se mais fotos semelhantes às que temos visto de combóios dos CFM na linha de Goba para a Suazilândia tiradas por Geoff Plumb em 1972.
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