Muitos sabem que o edifício principal da antiga Escola Comercial e Indústrial de Lourenço Marques na esquina das avenidas 24 de Julho e Vladimir Lenine, antiga Augusto de Castilho e Elias Garcia foi um templo maçónico ou "Palácio da Loja" usado até 1935.
Em baixo junto informação doutros blogues e ver também duas mensagens relacionadas do HoM. Ver outro artigo sobre templo maçónico em LM aqui.
Imagens de há alguns anos da Escola Industrial 1o de Maio (antiga Mousinho de Albuquerque).
foto original do HoM - clique para aumentar |
Foto tirada do prédio em frente na 24 de Julho. Ver a ampliação da escola na parte de trás do terreno. |
Indo para o passado começando pelo mais próximo em vista semelhante à de cima (do FB kokwanas):
Escola na esquina vendo-se a Av. Augusto de Castilho, actual Lenine que subia |
Agora imagens da fachada virada para a Av. 24 de Julho do ainda Palácio ou Templo Maçónico em 1929 por isso muito mais antigas que as anteriores:
Vê-se que à frente do edifício estavam duas construções encimadas por pirãmides e bem iluminadas. Certamente tal deve-se à importância dessas formas na maçonaria e nos "saberes antigos" pois simbólicamente representam o acesso à luz ou ao conhecimento superior.
Comparando o templo original da FOTO 2com o edifício actual, para além dessas duas contruções foi retirado também o muro.
Nota-se ainda que as duas alas laterais foram elevadas uns 2 metros em relação a 1929 (estão agora acima do telhado central) e parece-me que o edifício foi alongado (para trás). Voltamos a ver o assunto com mais fotos antigas e recentes aqui.
A relação entre Salazar ou o Estado Novo e a Maçonaria normalmente é descrita como de firme oposição mas como sempre as coisas são mais complicadas do que parecem, pelo menos para o periodo de início de Salazar no poder. Citando José Freire Antunes («Roosevelt, Churchill e Salazar. A Luta pelos Açores - 1941-1945»). Salazar .... negociou o poder com lojas anticomunistas do Grande Oriente Lusitano, a Maçonaria de obediência francesa, que tinha sido a espinha dorsal da I República. Óscar Fragoso Carmona, Presidente da República, José Caeiro da Matta, ministro dos Negócios Estrangeiros, José Alberto dos Reis e Albino dos Reis Júnior, presidentes da Assembleia Nacional, e Fernando Bissaia Barreto, íntimo de Salazar, foram alguns "pedreiros-livres" em destaque no Estado Novo.
Textos doutros blogs elucidativos q.b. com a devida vénia:
Companhia de Moçambique: Os Álbuns de Santos Rufino - 31: a Maçonaria. «Um sumptuoso edifício: o novo Palácio Maçónico». O Estado Novo, então nascente, cercear-lhe-ia, em grande parte, a sua margem de manobra, mas as principais figuras da administração civil e militar da colónia durante a República pertenciam à Maçonaria. A imponência do edifício comprova o poder político e económico da Irmandade.
Wikipedia: O Governador Geral (republicano) de 1912 a 1913 pertencia à loja maçónica Cruzeiro do Sul em L.M.
Comentário dum site de que perdi a referência mas suponho seja o delagoabayworld
… devo acrescentar que o projecto do edifício inicial, .... é da autoria do Arqº COUTO MARTINS, então chefe do departamento de arquitetura da Câmara Municipal de LM e membro da Maçonaria. Este edifício foi inicialmente construído para ser a sede da Maçonaria. Comentário por Augusto Martins — Janeiro 10, 2011.
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