Vamos mostrar mais imagens da rede eléctrica de Lourenço Marques (LM), actual Maputo. Recomeçamos com mais uma foto da Av. 24 de Julho cerca de 1954 com a rede de transporte e/ou distribuição à esquerda = do lado da Baixa como tinhamos visto aqui nas duas fotos bastante mais antigas da mesma avenida.
FOTO 1
Vista na Av. 24 de Julho estando para o fundo a subida para o Alto.Maé e com o "vale" que a antecede depois do machimbombo, c. de 1954 |
Noto que o lado da rede à esquerda da faixa da esquerda coincidia com o da central geradora da DBDC que continuava a operar em 1954, embora com se vê do lado direito desta faixa a linha de alimentaçao do carro eléctrico, que tinha parado de circular em 1936, tivesse sido desmantelada. Em 1954 a central e a rede eram já operadas pelos Serviços Municipalizados de Água e Electricidade (SMAE) mas a sua nova central do Infulene (CT1) só começou a funcionar em 1959, cinco anos depois desta foto.
Passamos agora a fotos já conhecidas do HoM mas que observaremos sob novo foco.
Passamos agora a fotos já conhecidas do HoM mas que observaremos sob novo foco.
Cerca de 1900 a probabilidade de encontrar elementos exteriores da rede eléctrica seria maior no espaço entre a central geradora da CGd'E (ver aqui e aqui) e as ruas Araújo e Consiglieri Pedroso. Isso porque a rede radiava da central e essas ruas da Baixa precisavam de ser iluminadas e estavam aí os primeiros consumidores de electricidade em escritórios e residências. De facto nas FOTOS 2 que mostram esse espaço onde estava o primeiro mercado podemos ver a rede eléctrica com postes metálicos e cabos eléctricos suspensos dos tempos iniciais de LM.
FOTOS 2
Castanho: rede eléctrica servindo também para a iluminação pública
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Os postes mais altos do outro lado da rua seriam provávelmente da rede do telégrafo porque os condutores estavam aí mais próximos, pareciam mais finos e estavam claramente aos pares. Quanto ao número de condutores temos no entanto de notar que como a rede eléctrica de LM até 1947 era completamente em Corrente Contínua os condutores deviam também ser pares, de + e de - e nas fotos antigas devemos por isso ver também pares. Na montagem seguinte com fotos alamy temos exemplos bem distintos das duas redes mas nas fotos de LM acho mais difícil distingui-las bem em todas as fotos antigas.
FOTOS 3
à esquerda: rede eléctrica típica à direita: rede telefónica típica |
De uns 5 a 6 anos mas tarde do que as FOTO 2 temos outra já conhecida e que mostra a Av. Central, depois Manuel de Arriaga e agora Marx logo acima da central geradora que continuava a ser a única da cidade. Vê-se aí a rede eléctrica que subia para a parte alta e agora focaremos nela em vez de na linha do eléctrico, com a sua alimentação própria, como tinhamos feito até aqui.
FOTO 4
O poste laranja na FOTO 4 seria o que recebia as linhas de saída da central (vindas da direita) e depois se fazia a primeira distribuíção para a alta = norte e para a baixa = sul da cidade
A foto seguinte será dos anos 50 (aqui uma semelhante de 1955) e nela vemos a antiga Av. Central uns 100 metros para sul donde tinha sido a central da CGd'E e a chegar ao coração da Baixa da cidade, do mesmo lado das FOTOS 2 e do oposto à FOTO 4. Conforme indico na legenda vê-se elementos importantes da rede eléctrica aqui colocados certamente consequência de ter sido aqui o início da rede cerca de 50 anos antes.
FOTO 5
A linha eléctrica que se via na foto provávelmente alimentaria directamente a partir da central geradora da Av. 24 de Julho uma das zonas de distribuição da Baixa.
Com esta série de artigos passamos a ter mais (a possível com os nossos meios limitados) informação sobre a infraestrutura eléctrica da antiga cidade de LM e particularmente sobre a central da SONEFE o que na net parecia negligenciado.
Num artigo posterior voltaremos ao início falando mais da concessão dada pelas autoridades portuguesas à CGd'E no final do século XIX (19).
Com esta série de artigos passamos a ter mais (a possível com os nossos meios limitados) informação sobre a infraestrutura eléctrica da antiga cidade de LM e particularmente sobre a central da SONEFE o que na net parecia negligenciado.
Num artigo posterior voltaremos ao início falando mais da concessão dada pelas autoridades portuguesas à CGd'E no final do século XIX (19).
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