Primeiro podemos ver nesta foto reproduzida do FB Alto-Maé (Mário Santos) o porto já depois de 1965 pois aparecia aí o terminal do açúcar para o fundo à direita (os dois silos "verde" e a transportadora em ângulo saindo deles para o cais em frente). Pelo menos em termos de construções de edifícios tinha-se ultrapassado a situação mais avançada retratada nas plantas do ESQUEMA para 1965 pois aí o máximo indicado era esses dois silos estarem em construção. Quanto aos aterros daí para ponte não é fácil ver nesta foto mas vamos segui-los com as imagens mostradas mais abaixo.
FOTO 1
Porto de LM visto para oeste depois de 1965, tendo em conta os silos do açúcar à direita |
Podemos também dizer que a FOTO 1 foi tirada entre a a direcção da Rua da Mesquita e a doca da capitania, numa posição que agora seria no cais por aqui ao centro e a olhar-se para o canto superior esquerdo.
Vamos ver a situação recente das instalações portuárias, uns 55 anos depois da foto de cima e tentar perceber a evolução que a zona teve olhando para as três plantas do esquema dos CFM apresentado em 1965, certamente com alguma aproximação.
Podemos ver com mais detalhe a ponte-cais e os limites a oeste dos aterros mais recentes:
Vamos ver a situação recente das instalações portuárias, uns 55 anos depois da foto de cima e tentar perceber a evolução que a zona teve olhando para as três plantas do esquema dos CFM apresentado em 1965, certamente com alguma aproximação.
FOTO 2 e ESQUEMA até 1965 (clique para aumentar)
ESQUEMA em 1965 e FOTO 3 (Google Earth 2020) (ver aqui Google Maps)
Amarelo: depósito de máquinas feito depois de 1955
Rosa e laranja: pavilhões das OG modernas ou relacionados feitos entre 1945 e 1965
Losango creme: feixes da gare de triagem (ver desenvolvimento em baixo)
Verde normal: silos do terminal do açúcar
Branco, preto e primeiro castanho: ponte-cais até 1965
Azul e branco: limite a oeste do aterro em 1965
Azul escuro: limite a oeste de aterro feito entre 1965 e 1975 para terminal de contentores Duas últimas secções de ponte-cais castanhas: expansão de entre 1965 e 1975, para terminal de contentores Carmesim e púrpura: limites exteriores do recinto do porto, próximo das linhas férreas principais |
Na situação actual aparece consolidado e a ser usado um limite "azul escuro" do aterro e penso ser possível na FOTO 3 seguinte, que deve ser de cerca de 1970, mostrar como se partiu da situação de 1965, se passou pela desta foto e se chegou à situação actual, mais coisa menos coisa:
FOTO 3
Amarelo, rosa e laranja: construções feitas entre 1945 e 1965, mais junto a terra
Verde normal: silos do terminal do açúcar de 1967/68
Azul e branco: limite a oeste do aterro em 1965 (ponte-cais só do seu lado a sul)
Azul escuro: limite a oeste de aterro feito entre 1965 e 1975 para terminal de contentores Duas últimas secções de ponte-cais castanhas: expansão de entre 1965 e 1975, para terminal de contentores (ver aqui actualmente) |
Do que vejo na FOTO 2 (GE) e na Imagem VI desta MONTAGEM acho o aterro com limite "azul escuro" vem do fim do tempo da administração portuguesa de Moçambique terminada em 1975. Por isso a ponte cais existente é ainda a que estava feita no tempo português, o que não é surpreeendente pois o porto agora é usado muito abaixo da capacidade. Vê-se no entanto na FOTO 2 (GE) manchas para a esquerda = oeste da linha "azul escura" mostrando que se estão a fazer mais aterros no estuário / zona pantanosa para oeste do limite atingido em 1974/75 mas que parecem inacabados.
Voltaremos à evolução de aterros e ponte-cais, mas noto agora que para a esquerda = oeste no esquema de 1965 e na FOTO 2 (GE) marcados com o losango creme e também no canto inferior esquerdo da FOTO 3 vê-se a gare de triagem de que falámos primeiro aqui. É nesses feixes que se colocam os vagões conforme o seu destino para os navios ou principalmente para as estações no interior a que se destinavam, aguardando aí que as locomotivas os viessem puxar.
Voltaremos à evolução de aterros e ponte-cais, mas noto agora que para a esquerda = oeste no esquema de 1965 e na FOTO 2 (GE) marcados com o losango creme e também no canto inferior esquerdo da FOTO 3 vê-se a gare de triagem de que falámos primeiro aqui. É nesses feixes que se colocam os vagões conforme o seu destino para os navios ou principalmente para as estações no interior a que se destinavam, aguardando aí que as locomotivas os viessem puxar.
Um filme da RTP de 1963, muito completo até porque tem mais de 16 minutos de duração mostra o funcionamento dos caminhos de ferro e do porto de LM. Vê-se numa primeira parte a gare de triagem do lado da linha principal e a caminho da estação digamos entre os minutos 2:55 e 3:34 e numa segunda parte entre os minutos 13:50 e 14:55. Nesta segunda parte vê-se os pormenores duma locomotiva a enviar dois vagões para um feixe onde iriam aguardar pelo resto do material de circulação e doutros vagões a desceram por gravidade de junto ao posto de comando da gare para outro feixe.
Sobre isso o pequeno livro dos CFM dizia a que a empresa "prevendo um acentuado aumento de tráfego num próximo futuro, construiu uma gare de triagem num local conquistado ao mar, que pela rapidez das suas operações mantém o porto "fluído"". A partir das três plantas no ESQUEMA do livro podemos aqui confirmar que o referido aterro foi feito entre 1945 e 1955 e que por isso essa gare de triagem é obrigatóriamente posterior a 1945 (naturalmente terá havido uma gare de triagem anterior mais junto à estação).
O pequeno livro dos CFM dizia também que: "O porto é testa de três importantes vias férreas. Uma linha serve a Suazilândia, onde liga na sua fronteira com o Swaziland Railway (HoM: actual eSwatini, cuja ligação à linha de Goba em 1965 devia ser muito recente). A segunda serve a Repüblica da Africa do Sul, ligando-se na fronteira com a rede ferroviária dos South African Railways, daquele Pais. A terceira serve a Rodésia (HoM: actual Zimbabwe) e liga na fronteira com a rede ferroviária dos Rhodesia Railways."
Como se pode ver a carga manuseada quase que quintuplicou nos 25 anos cobertos, mas contando só a partir de 1950 para eliminar o efeito da descida durante a segunda grande guerra (de 1939 a 1945) ela tinha duplicado em 15 anos.
Sobre isso o pequeno livro dos CFM dizia a que a empresa "prevendo um acentuado aumento de tráfego num próximo futuro, construiu uma gare de triagem num local conquistado ao mar, que pela rapidez das suas operações mantém o porto "fluído"". A partir das três plantas no ESQUEMA do livro podemos aqui confirmar que o referido aterro foi feito entre 1945 e 1955 e que por isso essa gare de triagem é obrigatóriamente posterior a 1945 (naturalmente terá havido uma gare de triagem anterior mais junto à estação).
O pequeno livro dos CFM dizia também que: "O porto é testa de três importantes vias férreas. Uma linha serve a Suazilândia, onde liga na sua fronteira com o Swaziland Railway (HoM: actual eSwatini, cuja ligação à linha de Goba em 1965 devia ser muito recente). A segunda serve a Repüblica da Africa do Sul, ligando-se na fronteira com a rede ferroviária dos South African Railways, daquele Pais. A terceira serve a Rodésia (HoM: actual Zimbabwe) e liga na fronteira com a rede ferroviária dos Rhodesia Railways."
O texto listava ainda os valores de carga manuseada no porto de LM entre 1940 e 1965:
ANOS - CARGA MANUSEADA (Toneladas)
1940 - 1 772 638
1945 - 3 606 657
1950 - 4 412 695
1955 - 4 134 284
1960 - 5 806 634
1965 - 8 815 193
No próximo artigo continuaremos olhando para o que o pequeno livro dos CFM publicado em 1966 trouxe de mais interesse,
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