Escreveu o Eng. Lopes Galvão no livro "A Engenharia Portuguesa na Moderna Obra de Colonização" sobre a construção da ponte-cais Gorjão do porto de Lourenço Marques, actual Maputo que "à medida que se construia o cais, montavam-se ao lado grandes armazéns para guarda da mercadoria, tendo-se ensaiado neles, os transportadores «temperleys» que não deram resultados satisfatórios".
A definição desses transportadores na wikipedia é serem "uma grua elevada" e com as imagens penso poder fazer-se a ligação aos guindastes a que chamámos guindastes em "L". Da mesma época seriam os armazéns "especiais" que já suspeitávamos estarem ligados a esses guindastes pela sua localização próxima. Percebe-se agora que a razão foi o seu fraco desempenho e recordamos então os armazéns e os guindastes a que penso que o Eng. Galvão se refere:
Guindastes entre o navio e os armazéns com o "L" apontado para estes
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MONTAGEM
Temperley: a carga é içada e descida e deslocada depois ao longo do braço |
Neste esquema tinha imaginado o deslocamento ao longo do braço (haste) e que este teria de rodar para atingir sucessivamente os armazéns e o convés, dado que o braço não poderia estar fixo sobre o cais como no transportador visto em cima. Aí não tinha incluido o armazém mas é fácil intuir que se a carga estiver já elevada o transportador não precisa de perder tempo a içá-la para o nível onde está o seu braço, o que se aplica do cais para o convés ou no sentido oposto.
Mas este funcionamento devia ser demasiadamente rígido e lento e os Temperleys do porto de LM terão sido substituidos por guindastes normais (nomeadamente pelos articulados) e assim os "armazéns especiais" puderam ser modificados primeiro e também substituídos alguns anos depois. Nesta foto do porto de LM já não se viam os guindastes em "L" e aparentemente os três armazéns tinham deixado de ter as portas nas águas furtadas, ou pelo menos tinham deixado de ter o bico no topo que tinham antes.
Estanho que nas imagens do google não se encontre "Transportadores Temperley" exactamente iguais aos de LM mas em baixo temos duas variantes em portos e o princípio básico de funcionamento é o mesmo de LM:
FOTOS 4
Temperleys levando a carga do cais para os navios e vice versa ao longo duma calha horizontal |
Estações de combustivel para vapores na costa oriental africana |
Dizia então o relatório que LM tinha um porto moderno equipado com carvoeira Mac Miller (erro em cima), que tinha sido instalada em 1915 e Temperleys, que presumo fossem uns anos anteriores, abastecendo carvão mineral da África do Sul, o que podemos dizer correspondia à verdade.
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