No artigo anterior falámos do posto de Anguane que ficava a cerca de 11 km para norte da cidade (desde 1887) de Lourenço Marques (LM) a respeito do cerco e defesa de Lourenço Marques (LM), actual Maputo, ocorrido na segunda metade de 1894 no agudizar da sublevação dos povos ronga. Podemos fazer ideia de como estava o desenvolvimento da cidade nessa época a partir desta imagem.
Sigo aqui o livro de Eduardo Noronha (EN) "Defesa de Lourenço Marques" publicado em 1936 e disponibilizado em linha pelo site malhanga, o livro "A rebelião dos indigenas em Lourenço Marques" também de EN e o de Delfim Santos Guerra No Paiz dos Vátuas de 1896).
Vou agora falar em detalhe desse cerco, nomeando primeiro os chefes militares da defesa portuguesa. Para o lado dos atacantes, o dos rebeldes africanos, os régulos Zixaxa, da Moamba, Xerinda, Magaia e mais, haverá outros "curiosos" que saberão pesquisar e explicar as suas razões e feitos melhor que eu mas no último artigo da série dou mais alguma informação sobre os seus territórios.:
Foram então estes os responsáveis portugueses pela defesa da urbe:
Rondas:
- Governador-Geral de Moçambique Fernando de Magalhães e Menezes.
Este general de brigada do exército chegou a LM da vindo da Ilha em Outubro e dele vimos uma imagem no artigo anterior (Eduardo de Noronha chama-lhe Perfeito de Magalhães, Santos Guerra chama-lhe Fernando de Magalhães). Tinha sido nomeado para o posto em julho desse ano e deixou-o em março de 1895 quando foi substituido por António Enes.
Vou agora falar em detalhe desse cerco, nomeando primeiro os chefes militares da defesa portuguesa. Para o lado dos atacantes, o dos rebeldes africanos, os régulos Zixaxa, da Moamba, Xerinda, Magaia e mais, haverá outros "curiosos" que saberão pesquisar e explicar as suas razões e feitos melhor que eu mas no último artigo da série dou mais alguma informação sobre os seus territórios.:
Foram então estes os responsáveis portugueses pela defesa da urbe:
Rondas:
- Governador-Geral de Moçambique Fernando de Magalhães e Menezes.
Este general de brigada do exército chegou a LM da vindo da Ilha em Outubro e dele vimos uma imagem no artigo anterior (Eduardo de Noronha chama-lhe Perfeito de Magalhães, Santos Guerra chama-lhe Fernando de Magalhães). Tinha sido nomeado para o posto em julho desse ano e deixou-o em março de 1895 quando foi substituido por António Enes.
- Governador de Distrito (actual província) Capitão Tenente (da Marinha) João do Canto e Castro Silva Antunes. Na wikipedia sobre ele diz-se: "Em 1892, foi nomeado governador de Moçambique" mas na lista destes é fácil de ver que não o foi". Bastante mais tarde Canto e Castro foi Ministro da Marinha e depois Presidente da República de Portugal a seguir ao assassinato de Sidónio Pais no final de 1918.
Podemos ver três imagens de Canto e Castro, as duas primeiras como ele deveria ser aquando dos acontecimentos em LM:
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Canto e Castro: Capitão Tenente (do arquivo da marinha e Portugal em África)
como em LM e ao tempo de presidente em 1890 - Almirante (wikipedia)
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Linha exterior de defesa: Tenente-coronel (antigo Major) António José Araújo, que na altura era director das Obras Públicas e do Caminho de Ferro na vida civil. É bem conhecido por ter iniciado a construção da linha férrea em 1886/87 e por ter feito o plano actual da "cidade de cimento". Foi porventura o defensor mais destacado em 1894 mas não encontro foto dele.
O seu ajudante foi Augusto César de Brito, alferes depois capitão do exército que tinha já participado em 1891 no combate de Macequece em Manica chefiado por Caldas Xavier.
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Capitão Augusto César de Brito (memória de áfrica) |
Blockhaus (instalados a partir de 4 de outubro, antes alguns eram pontos de defesa): Tenente-coronel Nogueira e major Lobo
Barricadas: capitão de fragata Morais e Sousa da corveta da armada Rainha de Portugal que estava atracada no porto (mais tarde contra almirante). Os outros oficiais do navio foram o 2.° tenente Sepulveda, e os guardas-marinhas Nogueira, Pinto Cardoso, Pereira da Silva, Santos e Silva Cardoso.
Polícia: Capitão Roque de Aguiar e Alferes Custódio Silva.
O Capitão Francisco Roque de Aguiar teve longa presença em Moçambique e por exemplo em 1903 era o administrador do Maputo. Aqui a sua foto em 1937:
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[Retrato de] Francisco Roque de Aguiar (ACTD) |
Pode-se ver outra imagem semelhante a esta e em que é destacado por ter sido herói de Marracuene e mais informação no delagoabayworld, sendo na altura Tenente-Coronel. Aqui referência a livro sobre ele de 2018.
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