Defesa de LM em 1894 - comando português (2/14)


No artigo anterior falámos do posto de Anguane que ficava a cerca de 11 km para norte da cidade (desde 1887) de Lourenço Marques (LM) a respeito do cerco e defesa de Lourenço Marques (LM), actual Maputo, ocorrido na segunda metade de 1894 no agudizar da sublevação dos povos ronga. Podemos fazer ideia de como estava o desenvolvimento da cidade nessa época a partir desta imagem.
Sigo aqui o livro de Eduardo Noronha (EN) "Defesa de Lourenço Marques" publicado em 1936 e disponibilizado em linha pelo site malhanga, o livro "A rebelião dos indigenas em Lourenço Marques" também de EN e o de Delfim Santos Guerra No Paiz dos Vátuas de 1896)
Vou agora falar em detalhe desse cerco, nomeando primeiro os chefes militares da defesa portuguesa. Para o lado dos atacantes, o dos rebeldes africanos, os régulos Zixaxa, da Moamba, Xerinda, Magaia e mais, haverá outros "curiosos" que saberão pesquisar e explicar as suas razões e feitos melhor que eu mas no último artigo da série dou mais alguma informação sobre os seus territórios.:
Foram então estes os responsáveis portugueses pela defesa da urbe:
Rondas: 
- Governador-Geral de Moçambique Fernando de Magalhães e Menezes.
Este general de brigada do exército chegou a LM da vindo da Ilha em Outubro e dele vimos uma imagem no artigo anterior (Eduardo de Noronha chama-lhe Perfeito de Magalhães, Santos Guerra chama-lhe Fernando de Magalhães). Tinha sido nomeado para o posto em julho desse ano e deixou-o em março de 1895 quando foi substituido por António Enes.
-  Governador de Distrito (actual província) Capitão Tenente (da Marinha) João do Canto e Castro Silva AntunesNwikipedia sobre ele diz-se: "Em 1892, foi nomeado governador de Moçambique" mas na lista destes é fácil de ver que não o foi". Bastante mais tarde Canto e Castro foi Ministro da Marinha e depois Presidente da República de Portugal a seguir ao assassinato de Sidónio Pais no final de 1918.
Podemos ver três imagens de Canto e Castro, as duas primeiras como ele deveria ser aquando dos acontecimentos em LM:
Canto e Castro: Capitão Tenente (do arquivo da marinha e Portugal em África
como em LM e ao tempo de presidente em 1890 - Almirante  (wikipedia)

Linha exterior de defesa: Tenente-coronel (antigo Major) António José Araújo, que na altura era director das Obras Públicas e do Caminho de Ferro na vida civil. É bem conhecido por ter iniciado a construção da linha férrea em 1886/87 e por ter feito o plano actual da "cidade de cimento". Foi porventura o defensor mais destacado em 1894 mas não encontro foto dele.
O seu ajudante foi Augusto César de Brito, alferes depois capitão do exército que tinha já participado em 1891 no combate de Macequece em Manica chefiado por Caldas Xavier.
Capitão Augusto César de Brito (memória de áfrica)

Blockhaus (instalados a partir de 4 de outubro, antes alguns eram pontos de defesa): Tenente-coronel Nogueira e major Lobo
Barricadas: capitão de fragata Morais e Sousa da corveta da armada Rainha de Portugal que estava atracada no porto (mais tarde contra almirante). Os outros oficiais do navio foram o 2.° tenente Sepulveda, e os guardas-marinhas Nogueira, Pinto Cardoso, Pereira da Silva, Santos e Silva Cardoso.
Polícia: Capitão Roque de Aguiar e Alferes Custódio Silva.
O Capitão Francisco Roque de Aguiar teve longa presença em Moçambique e por exemplo em 1903 era o administrador do Maputo. Aqui a sua foto em 1937:

[Retrato de] Francisco Roque de Aguiar (ACTD)

Pode-se ver outra imagem semelhante a esta e em que é destacado por ter sido herói de Marracuene e mais informação no delagoabayworld, sendo na altura Tenente-Coronel. Aqui referência a livro sobre ele de 2018.

Comentários