Como as avenidas em Lourenço Marques, actual Maputo começavam no que respeita à numeração das casas a nascente (crescente da Polana para o Alto-Maé) e a sul (da Baixa para a alta) o quarteirão de que aqui falaremos era dos últimos da av. Pinheiro Chagas, actual Mondlane e não dos primeiros como está no título. Para mais há antes deste e do lado sul da avenida outro quarteirão, o da esquadra, mas como a sua fachada para a avenida é muito pequena eu desconto-o aqui*. Com estas duas ressalvas está assim rectificado o título (e os seguintes da série) cuja intenção é de colocar o leitor no local sem grande necessidade de "fazer contas".
O primeiro (grande) quarteirão a sul da antiga Pinheiro Chagas era então o que aparece do centro para a direita na conhecida foto seguinte. Nele oficiava o Senhor Costa que era um sapateiro que ainda fazia sapatos à medida, especialmente botas de cano. A sua sapataria Bota Alta era no prédio com colunas numa das suas lojas mais à direita (poente). Aqui fica a minha recordação dele bem como das pessoas de todas as profissões com que fui contactando nesses verdes anos e me ensinaram coisas práticas da vida.
Era este então o aspecto da zona nos anos 60:
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| Alto Maé, antes com a sapataria Bota Alta à direita (reclame ao alto na fachada). |
Não se vê nessa foto a Cervejaria Imperial, agora Xima que ficaria mais para a direita, na esquina a NW do quarteirão.
Passamos a uma foto do local muito mais recente, de 2011/12:
Mais recente: A mesma vista, virando-nos um pouco mais para poente
Na foto de cima aparece à direita completa e restaurada a Casa das Tias de Eugénio Lisboa e à esquerda está a esquina do quarteirão a NE. Quase não se vê o prédio do Pegue e Pague (reclame no topo) já no quarteirão seguinte e que se via na foto anterior.
Voltamos ao passado, suponho que nos anos 70: |
| Antes: o quarteirão de perfil à direita, no início da Av Pinheiro Chagas, actual Mondlane |
Na foto de cima continuavam à vista o reclames da Bota Alta, do Pegue e Pague e nota-se o dum escudo africano douta loja na zona. Parece-me que nesta altura o espaço em frente ao prédio Rajá tinha sido alterado em conjunção com a modificação na avenida. À esquerda dessa foto já depois da av. Alves Correia, actual da Zâmbia e por isso no início dos segundos quarteirões vê-se o típico prédio Lourenço Marques.
Voltamos à actualidade do quarteirão de há uns 10 anos atrás aparecendo no meio da avenida a estátua do Dr. Mondlane óbviamente instalada depois da independência de Moçambique em 1975.
Actual: Vista do quarteirão à esquerda, a olhar-se para sul-poente
com a cervejaria a laranja à direita e a esquadra a seguir.
foto www.sulafrica.blogspot.com
Passemos agora para a parte interior, mais a sul deste quarteirão, que era sub-dividido pela rua do Bispo Barroso, paralela à Av. Pinheiro Chagas, actual Mondlane. Na esquina sul-nascente aí formada esteve o posto de enfermagem da Cruz do Oriente no Alto Maé (sobre a sede da instituição na Baixa ver.)
Por trás da Cruz do Oriente,agora esquadra de Polícia ou afim
está uma bela vivenda modernista
Voltamos por fim aos tempos antigos com a foto seguinte mostrando a cidade em torno da Avenida Pinheiro Chagas, adivinhando-se ao fundo a Polana, e localizando parte do que referimos acima:
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| Alto Maé, antes Laranja: aponta para onde era a sapataria do Senhor Costa Castanho escuro e Rosa: traseira do Cine-Variedades e Bazar Rajá, respectivamente Azul: Depósito de água (última foto) Laranja claro: Externato Sá da Bandeira Roxo: Prédio LM numa esquina Vermelho: Cervejaria Imperial, actual Xima Verde claro: Esquadra da Polícia Branco: Cruz do Oriente (ver foto em cima actual) |
Sobre o Alto-Maé há 100 anos ou perto disso, ver este artigo.
* para mais do lado norte não há quarteirão correspondente ao da esquadra por isso o que está em frente ao deste artigo, o do prédio Rajá, é o primeiro. Esta situação é consequência de nessa zona ter passado a Estrada da Circunvalação que era uma circular pelo interior (desenhada acho que a 4 km do centro na baixa) pelo que a retícula do plano da cidade não foi aí mantida.
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