Caracol da Polana - construção da plataforma para a primeira rampa (1/2)

Nesta foto do Pavilhão de Chá (que foi construído uns 10 anos depois do Caracol) vê-se ao fundo a primeira rampa do Caracol antes de se chegar à sua primeira curva e nota-se bem que foi construída uma plataforma por fora da barreira..

FOTO 1 (senhora do xaile preto)
Fachada principal norte-sul do Pavilhão de Chá virada para a baía
com a plataforma do Caracol da Polana ao fundo

A FOTO 2 mostra um carro relativamente moderno e é por isso posterior à FOTO 1. Ele está sobre a plataforma e tomando-se as copas das palmeiras à esquerda com referência fica-se com boa ideia da altura desta construção. Nessa altura a parede da plataforma do lado da praia devia estar ainda a descoberto como acontecia na FOTO 1. 

FOTO 2 (anos 40?)


Viatura sobre a plataforma 

Vê-se então na FOTO 2 a estrada do Caracol sobre a platafoma formando a sua primeira rampa próxima da praia. O espaço era estreito só permitindo a passagem de um veículo de cada vez, sendo limitado do lado da praia por um murete e do outro lado pela barreira que tinha sido transformada (desmatada, escavada/aterrada e uniformizada) - ver aqui mais duas boas fotos deste troço.
Na FOTO 3 mostro essa plataforma vista do lado da praia na altura da construção em 1910  (mostrada aqui na FOTO 2) e tento determinar a sua altura.

FOTO 3
 Plataforma do Caracol da praia da Polana na sua parte inicial / primeira rampa

A altura máxima desta construção devia ser uns 8 metros (5 vezes a altura da pessoa mais visivel na foto supondo que tivesse 1.6 m de altura). Destes 8 metros, a plataforma para a via (enchida com areia) devia ter uns 7 m. de altura, ficando o resto da parede para fazer de murete de protecção. Estimando também pela foto, o comprimento total da rampa seria de cerca de 13 x 8 = 104 metros, o que corresponde aproximadamente à distância que se pode medir no local (google maps) onde pelo menos parte dela estará ainda, mas sob o solo actual como veremos no artigo seguinte.
Esta estrutura com projecto complexo e de volume enorme e para a qual se fizeram as paredes em pedra e se encheu depois o interior deve ter levado muito tempo a realizar dado todo o trabalho ser manual na altura e dado o isolamento do lugar para transportar materiais. A plataforma poderia ter sido feita em betão armado como foi feito na ponte-cais Gorjão na mesma altura mas essa técnica talvez fosse desaconselhável aqui. Ela foi só o princípio do trabalho que continuou, com o resto da estrada do Caracol e a preparação da barreira para que não desabasse sobre a nova via, até ao alto da PolanaPode reparar-se por exemplo ao alto à esquerda da FOTO 3 numa rampa que suponho tenha sido usada para fazer descer a pedra clara que foi usada nos muros e nas paredes/empedrados anti-desabamento colocados na barreira.
A FOTO 4 dos primeiros tempos após esta construção dá-nos outra vista da grande área da barreira que foi pelo menos desmatada e preenchida/alisada acima da plataforma inicial. Outras imagens parecem mostrar que a barreira acima de onde passa a estrada que vai subindo foi escavada, por um lado para dar lugar à estrada e por outro para se obter a terra necessária para se encher a plataforma entre as paredes de pedra.

FOTO 4
Área inferior da barreira envolvida no trabalho do Caracol

Pode não parecer aos olhos actuais mas esta construção foi um enorme esforço de melhoramento feito pela cidade em 1910/11 tendo em conta a sua reduzida população e os meios (técnicos, financeiros) disponíveis na altura e para aumentar a dificuldade os trabalhos devem ter apanhado a transição da Monarquia para a República em Portugal. 
Sequência aqui.

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