A visita dos submarinos italianos Toti e Sciesa a Lourenço Marques (LM), actual Maputo em 1933 de que começamos a falar aqui e aqui iniciou-se a 14 de Novembro e terá decorrido até 18 de Novembro de 1933. Um dos seus propósitos seria o reforço dos laços afectivos dos emigrantes italianos com a sua "mãe pátria" e vejamos dois desses eventos fotografados por Camacho, que por essa altura colaborava também com o suplemento "O Ilustrado" do jornal Notícias.
O primeiro é um baile realizado a 15 de Novembro de 1933:
O primeiro é um baile realizado a 15 de Novembro de 1933:
FOTO 1 (clique para aumentar)
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| Anotação nas costas da foto: Baile oferecido pela colónia italiana em homenagem aos oficiais dos submarinos |
Na anotação não é dito em que clube, restaurante, hotel, casino, etc se terá realizado o baile. Um leitor disse que na actual Av. Lumumba, uns 100 metros abaixo do Hotel Girassol e do lado da encosta havia a Casa D'Itália, pelo que seria essa uma hipótese de local. Outra seria o Hotel Cardoso por este pertencer à família italiana Sorgentini. Esse edifício inicial foi demolido cerca de 1938 e dele não conheço foto do interior. Tinha sido construido no início do século XX e era relativamente pequeno, por isso em 1933 não teria aspecto muito moderno e/ou grandioso o que se coadunaria com o que se vê na FOTO 1.
Na FOTO 1 os oficiais da Regia Marina estavam com farda de gala, de casaco branco com os galões de base negra nos ombros e de calça e tramelo pretos. Os cavalheiros locais estavam maioritáriamente de casaco ou casaca preta mas alguns tinham casaco branco, óbviamente sem os galões dos militares. As meninas e senhoras seriam todas locais, é possível que tivessem sido convidados alguns não italianos e pelo menos alguns dos conjuges de italianos não o seriam.
Na FOTO 1 os oficiais da Regia Marina estavam com farda de gala, de casaco branco com os galões de base negra nos ombros e de calça e tramelo pretos. Os cavalheiros locais estavam maioritáriamente de casaco ou casaca preta mas alguns tinham casaco branco, óbviamente sem os galões dos militares. As meninas e senhoras seriam todas locais, é possível que tivessem sido convidados alguns não italianos e pelo menos alguns dos conjuges de italianos não o seriam.
Vejamos um outro evento social na visita dos submarinos, uma deslocação a Marracuene a 17 de Novembro em foto com a anotação original traduzida. Imaginei que poderia ter sido tirada nos jardins da parte baixa dessa vila na margem do rio Incomati (ver aqui e aqui) mas não há nada que o comprove:
FOTO 2 (clique para aumentar)
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| Anotação nas costas da foto: O CC Battaglia e oficiais em visita a Marracuene |
Os cavalheiros relativamente jovens sentados em baixo deviam pertencer às tripulações pois tinham todos o mesmo fato e o chapéu colonial que foi usado noutra ocasião da viagem dos submarinos. Na fila de cima temos à esquerda fardado o que será outro oficial italiano, sobre o senhor de tramelo ao seu lado e mais forte tenho dúvida se seria local ou não e quem seria mas tal não parece muito importante e ao centro direita estava o Comandante Savio do "Sciesa" e do grupo ou secção. Mais para a direita está um senhor em camisa que como veremos no artigo seguinte era o Comandante Battaglia do "Toti" e que os mais curiosos poderão procurar na FOTO 1. Como veremos também aí, o cavalheiro de pé à direita e com o panamá na mão seria local.
Este deve ter sido um vários grupos que se foram formando na festa e o único de que se conhece foto. Giuseppe Buffa Buccellato (GBB) e presumo o seu filho Gaspar tinham estado em destaque na chegada dos submarinos e era de presumir que assim continuassem no resto da visita e por isso revisitarei depois estas duas fotos a ver se os encontro aqui. Sendo elas tão nítidas deve ser fácil a quem os tivesse conhecido dizer se e onde estavam os dois, quem seriam as três senhoras, duas moças e a menina na FOTO 2, etc. mas ...
Das famílias italianas que tinham chegado a LM entre os séculos XIX e XX, para além dos BB havia outras que se tinham tornado conhecidas e / ou ganho poder económico. É o caso da de Cavallari da fábrica de bebidas Jolanda de que no google do referido livro de Massari se capta alguma referência aqui (e que tinha como sócio o compatriota Miglietti mas a fábrica antes tinha sido de Tonetti, todos italianos). Vê-se também aí uma pequena lista da qual mostro em baixo 2 + 8 nomes dos 2 + 12 no total que ela teria. Da maioria nunca ouvi falar, é possível que não tenham ficado muito tempo em LM ou que não se tenham tornado empresários com "nome na pra4a":.
Este deve ter sido um vários grupos que se foram formando na festa e o único de que se conhece foto. Giuseppe Buffa Buccellato (GBB) e presumo o seu filho Gaspar tinham estado em destaque na chegada dos submarinos e era de presumir que assim continuassem no resto da visita e por isso revisitarei depois estas duas fotos a ver se os encontro aqui. Sendo elas tão nítidas deve ser fácil a quem os tivesse conhecido dizer se e onde estavam os dois, quem seriam as três senhoras, duas moças e a menina na FOTO 2, etc. mas ...
Das famílias italianas que tinham chegado a LM entre os séculos XIX e XX, para além dos BB havia outras que se tinham tornado conhecidas e / ou ganho poder económico. É o caso da de Cavallari da fábrica de bebidas Jolanda de que no google do referido livro de Massari se capta alguma referência aqui (e que tinha como sócio o compatriota Miglietti mas a fábrica antes tinha sido de Tonetti, todos italianos). Vê-se também aí uma pequena lista da qual mostro em baixo 2 + 8 nomes dos 2 + 12 no total que ela teria. Da maioria nunca ouvi falar, é possível que não tenham ficado muito tempo em LM ou que não se tenham tornado empresários com "nome na pra4a":.
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| Alguns dos italianos em LM em 1909 para além de Sorgentini (Burló, Catena que foi sócio de Manuel Rodrigues, etc) |
Entre duas a três gerações antes destes emigrantes italianos, tinham chegado a Moçambique como se pode ver aqui Carlo Fornasini e António Albasini e seu filho João. Dos dois últimos António regressou tempos depois à Europa mas João Albasini radicou-se em Moçambique e é normalmente considerado de origem italiana embora, pelos vistos, tivesse nascido em Lisboa (seria o seu pai António mesmo italiano?). Facto é que Carlo Fornasini e João Albasini casaram com senhoras africanas e deram origem a famílias mestiças que tiveram posições de relevo, mas não me parece que descendentes seus estivessem nessas fotos.
Tentemos encontrar faces comuns nas duas fotos:
Tentemos encontrar faces comuns nas duas fotos:
MONTAGEM 1
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| à esquerda (M): coluna com fotos em Marracuene à direita (B): coluna com fotos no Baile |
Um aspecto sociológico interessante na FOTO 1 é a esmagadora predominância de moças em relação a rapazes "teenagers" que seriam uns três no máximo. Presumo tal resultasse de muitos deles estarem a estudar na África do Sul (e o mês de Novembro da visita dos submarinos era tempo de aulas) e donde regressavam a LM nas férias e definitivamente, quando era o caso, ao terminarem os cursos. Por seu lado as raparigas frequentariam só o liceu em LM que leccionava até ao fim do segundo ciclo do ensino secundário (faltava em LM o terceiro ciclo que dava acesso ao ensino superior e que os rapazes seguiriam indo para fora). Um exemplo disso pode ser o da família de GBB, óbviamente não se sabe que influência teve a vontade/capacidade de cada filho no resultado final, mas haveria possibilidades financeiras de oferecer aos cinco as mesmas condições para estudar. Ora segundo MH Bramão enquanto os quatro rapazes terminaram cursos, a única rapariga, Giusepinna não o fez. Seria ela uma das duas moças da MONTAGEM 3 ou pertenceriam a outras famílias? Pergunta interessante que ficará sem resposta a menos que .....
No próximo artigo veremos mais sobre a visita do grupo dos oficiais dos submarinos e das famílias italianas a Marracuene que vimos aqui na segunda foto.
No próximo artigo veremos mais sobre a visita do grupo dos oficiais dos submarinos e das famílias italianas a Marracuene que vimos aqui na segunda foto.
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