Na sequência do primeiro artigo sobre o cais, para os trabalhos de construção do Cais Gorjão de Lourenço Marques (LM), actual Maputo, temos duas fontes das imagens que se verão em baixo. As cinzentas são de A. Cunha e datadas de 1911 e as castanhas foram publicadas por Santos Rufino em 1929 mas são mesmos locais/datas.
Num relatório publicado no Documentário Trimestral de Janeiro de 1936 o director do porto e caminhos de ferro Eng. Pinto Teixeira escreveu sobre os métodos de construção da ponte-cais e dizia ele que foi seguido o projecto do Eng. Costa Serrão com ligeiras alterações. Tinha uma parte mais antiga com 60 m de comprido formado de um muro de blocos de betão assente num enrocamento (compacto de rochas). É esse primeiro método e a construção resultante que se pode observar neste conjunto de imagens. O outro método será explicado noutra mensagem. A essa informação juntamos agora mais alguma de Alfredo Pereira de Lima.
Neste método usava-se blocos de betão pré-fabricados num estaleiro de que falaremos no artigo 4 desta série assentando-os desde o leito do estuário que tinha sido recoberto de rochas pesadas (enrocamento).
Neste método usava-se blocos de betão pré-fabricados num estaleiro de que falaremos no artigo 4 desta série assentando-os desde o leito do estuário que tinha sido recoberto de rochas pesadas (enrocamento).
FOTO 1
Muro-cais no porto de LM a ser construído com blocos de betão armado |
A peça (bloco) a ser transportada vai na vertical depositar-se seja no enrocamento feito no leito do estuário se for a primeira da pilha, seja noutra peça já colocada. Na horizontal vai encostar-se ao muro-cais já construido à direita.
FOTO 1 ampliada
Vê-se a ranhura escavada dum dos lados dos blocos em semi-círculo e na FOTO 2 do artigo 2 vê-se na pilha que do lado oposto (invisível nesta foto) havia ranhura equivalente.
Na imagem seguinte podemos ver mais dos blocos de betão e sua instalação nesse muro-cais: |
FOTO 2 |
O guindaste está a buscar um bloco de betão dum vagão |
Na parte final o vagão era empurrado pela grande equipa de operários visível na FOTO 1 mas noutras fotos vê-se que havia uma locomotiva junto a terra para as deslocações maiores.
FOTO 3 |
Guindaste virou-se para depositar o bloco de betão no momento seguinte da construção. |
Uma vez construída uma fiada de peças de betão, prolongava-se o carril e o guindaste ppdia avançar para se construir a pilha (vertical) seguinte.
Voltando um pouco atrás na construção desse muro cais:
Voltando um pouco atrás na construção desse muro cais:
FOTO 4
A FOTO 4 é do início da construção pois o guindaste está ainda muito junto à ponte sobre pilares que avançava para o estuário e da qual se vê uma parte à direita e que vinha do lado da terra firme. Do lado esquerdo está a barcaça de apoio com materiais de construção. O operário sobre o andaime parece estar a acabar a superfície do muro-cais.
Sobre o local destas obras e muro-cais no porto de Lourenço Marques falaremos no artigo 3 desta série.
Sobre o local destas obras e muro-cais no porto de Lourenço Marques falaremos no artigo 3 desta série.
Noutro artigo falo do outro método (estrutura de betão com estacas, travessas e diagonais) usado para se construir o cais. Noto todavia que a ponte-cais Gorjão foi inicialmente construida com estrutura feita de madeira dura australiana (jarrah).
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