Prédio Pott - estudo da U. Pretória, história (12/12)

Completando a série sobre o Avenida Buildings (Prédio Pott) de Lourenço Marques, actual Maputo mais algumas fotos antigas e modernas. Primeira uma em versão colorida (do FB Aurélio Le Bon) da original que está aqui:
Esquina a sudeste do prédio Pott e sua vista completa 
para as duas avenidas nos anos 20/30

Note-se que nesta foto é claro que da rua, pelo menos em volta desta posição - ângulo e distância - se via muito bem a pala do telhado do barracão no 3o piso da secçâo norte do prédio. Mas parece-me que o seu telhado, que ficava para baixo da pala, já não se veria sendo a linha de vista obstruída pelo telhado do segundo piso da secção intermédia, o das marcas castanhas claro que mostramos no artigo 9, nomeadamente indicando a sua posição antes da derrocada na sua FOTO 1.
Segue-se uma vista semelhante à anterior mas um pouco posterior no tempo, esta dos anos 40/50, ainda nos tempos áureos do edifício e que já foi mostrada aqui. Como se está mais próximo da fachada a leste do prédio (a mais longa, para a actual Av. Samora, antigas Aguiar e D. Luís) deixava de se ver a referida pala pois era obstruída pelo torreão e frontões conexos ao centro dessa fachada. 
Mercearia Pérola do Oriente na esquina a SE do prédio Pott 
(aqui em mais duas fotos antigas)

Passamos para uma foto recente da mesma esquina do prédio, sendo claro que actualmente nesta sua secção só se mantém as paredes exteriores enquanto que as interiores, as placas superiores e os telhados tombaram:
Foto de Maputo por Silasse Salomone no FB vê só

Passamos a outra foto também recente em que se vê o que resta da parte superior da fachada do prédio virada a leste e a partir da secção norte, a dos três pisos mais as torres gémeas por cima:
Secções central (de dois pisos) e norte (de três pisos e torres gémeas)
 da fachada virada a leste do prédio Pott no FB vê só

Regressando aos anos 70 vê-se a mesma parte do edifício em desenho de Dana reproduzido do FB que a homenageia (FB Carlos Silva):
Vista para sul-sudoeste do prédio Pott nos anos 60/70

Agora uma foto do empreendedor e primeiro proprietário do prédio tirada por Sidney Hocking e obtida do site Geni e aqui ligeiramente retocada.
Gerard Pott (1858-1927), comerciante e
consul holandês e do Transvaal em Lourenço Marques


Mais dados biográficos aqui adicionados por um seu descendente (site Geni). 
Sobre o lugar de Gerard Pott na História da África Austral ver a tese académica de Shiko Boxman intitulada "Gerard Pott - Rei do Contrabando".
Para finalizar e como vimos referindo um estudo da Universidade de Pretória sobre o Prédio Pott / Avenida Buildings tem informação muito interessante. Replico aqui a parte restante relativa à história do edifíco e que não sei se é toda exacta no que respeita às datas e fases / extensões, sendo esse um tema de que já falei aquiResumindo o que parece mais seguro no texto, o aço da estrutura do edifício veio da Escócia e a marca da empresa metalúrgica está marcada nas peças
PS: Apesar de ser listado, em outubro de 2021 o edifício tinha sido substancialmente demolido. A comunicação é que o seria parcialmente mas pelo menos a parte mais alta com as torres deixou de existir e por isso nem as fachadas poderão ser mantidas na totalidade.

História  (Illus x refere-se a ilustração do original)
"The Predio Pott building was built in 1891, for the then consul to the Transvaal Province, Gerard Pott. Originally it consistied of a single story building on the southern corner of the site located on the corner Avenida Aguiar (now Avenue Samora Machel) and Avenida D Carlos (now Avenue 25 September). The façade was altered in late 1894 with the extension along Avenue Samora Machel. In 1903 the upper stories were added to the current building footprint (Perez, 2011; [11]).
Built by a Durban based architectural firm ING & Anderson, the building was erected during the height of the political excitement in Lourenço Marques that followed its classification as a city. The 1877 expedition of engineers invited by the mayor, General Joaquim Jose Machado, brought with them new construction techniques and materials. (ibid, [7]) The adoption of the Victorian style of building as well as the use of new materials such as cast iron and cement have a large influence on the subsequent construction method employed. Revolutionary for its time, the building consists of concrete and plaster clad steel columns supporting steel sections onto which the upper floors and walls where supported. The steel work used within the building was imported from the Glengarnock Steel Works in Scotland. This mill was a pioneer in the rolling of structural steel members which in its day “acquired a high reputation among structural engineers” (Findlay, [2009], np) and due to its competitive price in comparison to other manufacturing works in Europe, allowed it to become widely exported. The punched company name can still be seen on many of the structural members within the building. The early mixed use typology of the building consisted of retail on ground level, residential of level one and commercial studios on the second floor" (isto seria só para a parte com dois pisos e de qualquer modo acho estranho que os "commercial studios" fossem no último andar e não no intermédio).

Comentários