LM em 1941 por António de Navarro: fotos diversas (1/2)

Reproduzo aqui fotos da revista Panorama disponibilizada pele Hemeroteca Digital de Lisboa do artigo "Lourenço Marques - Jardim Português às portas do Índico" aí publicado em 1941 sobre Lourenço Marques (LM), actual Maputo. O autor foi António de Navarro de quem existe uma entrada na wikipedia dizendo que trabalhou em Moçambique em 1939 e 1940 e que deduz-se seria poeta nas horas vagas.
As fotos originalmente são do Arquivo da Agência Geral das Colónias e apresento-as aqui um tanto retocadas.

Esquina do Scala em vista para norte - nordeste

Como se vê este cruzamento (aqui também) tinha um semáforo mas mantinha um pedestal para o polícia sinaleiro, o qual tinha um reclame dos Rádios Philips, o mesmo que se via aqui na quarta foto de 1939.
Continuando na Baixa da cidade mas passando para a zona do porto, começamos pela praça que assegura a sua ligação principal à cidade: 
Praça Mac Mahon vista para leste = oriente a partir do edifício de entrada da estação 


Ao fundo da praça, com machimbombos, estão os edifícios da "clarabóia", o da DB Agency e o dos serviços de saúde dos CFM e direcção de portos. Mais à direita, para o fundo, aparece a grande chaminé negra dum navio atracado ao cais.
Passamos para o interior do porto com uma vista para o seu lado mais a leste = nascente, lado por onde ele começou:
Automotora Micheline seguindo pela linha principal para Marracuene
com a estação de Caminhos de Ferro ao fundo à esquerda
À esquerda da foto de cima vemos parte da placa giratória do depósito de máquinas que conhecemos daqui por exemplo.
Outra foto nas instalações portuárias de cerca de 1940:
Navio junto à ponte-cais presumo que para atracar
E a última foto, voltando à cidade mas ainda na Baixa e perto do porto:
Vista para norte-nordeste da Av. General Machado, actual Guerra Popular.
Esta última foto foi tirada do prédio da fábrica de Cerveja Vitória de cerca de 1934 e tinhamos mostrado aqui imagens semelhantes tiradas de filme de 1934 e num artigo principalmente sobre a Av. Paiva Manso, actual Magaia, a avenida paralela para a direita = leste. Em primeiro plano vê-se então nesta última foto o cruzamento da Av. General Machado com a Av. Álvares Cabral, actual Manganhela estando o quarteirão para norte dele ainda vazio desse lado a nascente. Essa zona foi construída depois de 1940, construções que se mantém mas a zona actualmente está completamente degradada. 
No quarteirão seguinte para nordeste aparecem na foto e na Av. Paiva Manso, actual Magaia as lojas coloniais na esquina com a Av. Fernão de Magalhães e acima delas a Fábrica Cavallari/Dicca. Ao longe a mancha vertical branca devia ser da torre da Catedral que estava em construção desde 1937.
O texto desse artigo de António de Navarro e como é de esperar atendendo ao título "Lourenço Marques - Jardim Português às portas do Índico" fala muito da vegetação da cidade, mas não mostra foto específica relacionada com ela, nem da natural, nem dos jardins privados nem dos públicos. 
Para além do interesse particular nos jardins (certamente por deformação profissional dado ter sido funcionário do Junta do Algodão), no artigo António de Navarro expressa muitos dos lugares comuns sobre LM dessa época, com notas líricas (extremamente) expressivas. Como novidades, fala da floresta do Oásis ao fim da estrada marginal na Costa do Sol e que o restaurante do Peters na Ponta do Mar a meio dessa estrada tinha um dancing.
No artigo seguinte falaremos um pouco sobre as suas curtas referências à vida cultural na cidade de LM nesses tempos.

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