Mais sobre o porto de LM, recente e do passado (2/2)

Na sequência do antigo anterior e de muitos outros mais antigos, mais algumas imagens inéditas no HoM do porto de Maputo, antiga Lourenço Marques.
Primeiro uma foto da Gazeta das Colónias de 1926 disponibilizada em linha pela hemeroteca digital da Câmara Municipal de Lisboa.
Ponte-cais Gorjão de Lourenço Marques vista para nascente = leste 
Suponho que a foto de cima deve ter sido tirada do cimo duma das carvoeiras (ver aqui na segunda foto de c. 1928) perto do que seria nessa altura a extremidade do porto a montante = oeste = poente do estuário. Nota-se bem ao fundo os navios ancorados entre o fim do estuário e o início da baía, certamente à espera de autorização para atracar logo que  vagasse um lugar no cais. 
Agora a belíssima capa modernista dum livro sobre o porto publicado em 1938 e que não tive oportunidade (€) de ver:
O porto comercial de LM (com um navio da Union Castle)
Seguem-se duas imagens de 2010 resultantes duma visita ao porto do navio de cruzeiro MSC Sinfonia e que foram tiradas mais ou menos onde agora passa a ponte para a Catembe (ver google maps). A primeira é de quando o paquete se preparava para atracar no espaço de cais livre à direita ou de quando tinha acabado de zarpar daí.
Cais ainda com os históricos guindaste das 60-80 toneladas
e a carvoeira Mac Miller, que entretanto foram desmantelados
Pode-se ver que neste local a ponte cais já não tinha sido construída com estrutura visível do lado do estuário como o foi para a sua parte inicial que ficava a jusante daqui (a que apareceria para o lado direito da foto). A uns 300 metros de distância vê-se para a direita os armazéns do açúcar que entretanto foram pintados de branco. Toda esta área originalmente fazia parte do estuário mas como vimos antes, primeiro construiu-se aqui a ponte cais prolongando em linha recta a sua primeira fase iniciada em 1903. Esse troço da ponte-cais serviu também para acolher do seu lado interior = norte os armazéns frigoríficos (são os quatro paralelos cujos topos estão virados para o lado de cá e têm uma abertura abaixo do vértice do telhado) e durante muito tempo continuou a haver estuário do seu lado direito. O aterro final entre o istmo formado pela ponte cais e onde estavam os armazéns frigoríficos e o lado de terra firme só terá sido concluído entre os anos 50 e 60 do século XX (20). 
Na foto seguinte o paquete está atracado e vemos para montante o que restava do guindaste e a carvoeira:
Vista para poente=oeste na ponte-cais Gorjão em 2010,
ainda com o guindaste e a carvoeira por trás dele
Parece que há um guindaste antigo que foi conservado no recinto do porto mas o de cima que foi o mais poderoso e com mais história infelizmente parece que foi para a sucata.
Segue-se uma foto de 2013 reproduzida da revista Xitimela dos CFM:
Vista de um ponto mais para o fundo do porto do que nas duas fotos de cima 
e virados para nascente com a Baixa ao centro-esquerda
Na foto de cima estávamos para lá do terminal do açúcar e ainda se via ao fundo a carvoeira na ponte-cais cais. Nota-se a meio da distância entre esses dois elementos que a ponte cais que vinha em recta desde a zona da actual Praça 25 de Junho flectia aí ligeiramente para o lado esquerdo = de terra. 
Finalmente a foto mais recente desta série com vista para a Baixa da cidade de Maputo ao fundo. A foto foi tirada também dum navio mas que estava atracado num local uns 250 metros para nascente da nova ponte, quer dizer para jusante no estuário de onde o paquete Sinfonia esteve atracado em 2010 e donde se tiraram as duas imagens respectivas.
Armazéns antigos ao abandono no cais. Penso que nalguns casos
 se mantiveram refazendo-se o telhado.
Como temos visto frequentemente, nesta última foto para o interior do recinto do porto vê-se a primeira central e a central eléctrica constituída por um par de pavilhões. Depois dela e na mesma direcção vê-se o edifício da fachada da estação que tem à sua direita a praça dos Trabalhadores, antiga Mac Mahon.

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